domingo, 7 de junho de 2009

Nos 65 anos do Dia D, Obama homenageia os homens normais que redefiniram o futuro da história

Obama
Salazar retirou-nos o orgulho de podermos cantar vitória
Obama continua a marcar a nossa história contemporânea com intervenções certas na hora certa. Ontem, em França, nas celebrações do Dia D, batalha em que se definiu o rumo de um futuro democrático, o Presidente norte-americano homenageou os homens normais que defenderam a liberdade da Europa, face ao terror Nazi. Foi um combate entre duas visões da humanidade. Venceu a visão que ainda hoje nos anima, embora carregada de sombras prenunciadoras de perigos, tudo por causa das injustiças sociais. Falou dos homens normais. Os eternos esquecidos nos registos da história. Os chefes, os que ficam nos anais e que são também fundamentais, ensombram ou ignoram os que dão o corpo à luta. Esses que, muitas vezes, semeiam os campos de batalha, marcando com o seu sangue as areias que testemunham o seu esforço. Honra, portanto, aos homens normais e quase sempre esquecidos. Já agora, só mais uma palavra. Nessa luta por uma liberdade digna para a Europa e para o mundo, os portugueses, pelas decisões dos seus chefes, ficaram de fora. Salazar não passou de um cobarde que negociou, ora com os aliados ora com os nazis, uma neutralidade indigna, retirando-nos o direito e o orgulho de podermos cantar vitória com esses homens normais, que reorientaram a história do nosso tempo. Não deixou que os portugueses lutassem pela dignidade dos homens livres. Fernando Martins

7 comentários:

  1. Amigo Fernando:

    A tua opinião sobre a guerra de 39/45, e sobre Salazar deixou-me estarrecido. Ele que evitou o derramamento de sangue do portugueses, que nogociou com amigos e inimigos, tendo atingido os seus fins (sinal de bom político)na altura. Ter o direito de cantar vitória sobre o sangue dos nossos compatriotas isso é que é indigno!
    Como disse Saint Exuperi "os que morrerem servem de crédito aos que ficarem vivos"...
    É duro, mas parece-me ser a verdade que advogas no teu comentá-
    rio.

    Ângelo Ribau

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  2. Meu caro Ângelo

    Se pensares bem, a dignidade está nos que se unem aos que lutam pela liberdade e pelos valores mais altos, como democracia, justiça social, verdade e paz. Não está, seguramente, nos que andam ou andaram de braço dado com os homens livres e com os tiranos, isto é, com os aliados e com os nazis...
    Um abraço

    FM

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  3. Isto seria muito interessante se os soldados fossem voluntários e pudessem escolher a sua opção: morrer com dignidade ou viver como os que os enviam para a frente de guerra. Na 1ªa Grande Guerra o Batalhão Expedicionário Português foi praticamente dizimado enfrentando o inimigo com poucas armas e muita dignidade. No entanto este feito só foi celebrado pelos familiares dos poucos que escaparam. Para os outros. a dignidade imposta só lhes trouxe dor.

    JM

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  4. eu nao quero polimicar,mas...

    Antoine de Saint Exupéry tambem disse:
    "ser testemunha sempre me fez horror,quem sou eu se nao participo? Preciso, para Ser, de participar."

    e mais...
    "a grandeza da minha civilizaçao é que cem "mineiros" arriscam a vida para salvaçao de um so "mineiro"...Eles salvam o HOMEM."

    isto é: se todos os dirigentes da dita época tivessem reagido como Salazar, onde estariamos hoje? onde estaria a nossa liberdade?(ja que para nos portugueses ela foi dificil de atengir)
    hoje, fechariamos nos os olhos frente ao genocida NAZI ?? so para nosso conforto?????

    e digo, alto e forte, como seria eu orgulhoso de cantar, hoje,vitoria sobre o sangue dos meus compatriotas, mas nenhum deles morreu a combater os nazis. Salazar negociou so para poder salvaguardar as colonias africanas, onde 2 decadas depois la morreram milhares de portugueses a combater gentes que lutavam pela LIBERDADE.

    um abraço
    PC

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  5. Amigo Pedro Conde:

    Saint Exupery, "disse" muito mais do que aquilo que nós dois escrevemos.
    Só é preciso saber em que contexto
    estão inceridas as suas palavras.

    Não foram só os dirigentes. Foram paises da epoca que lutaram contra o totalitarismo.
    O nazismo foi o culpado de milhões de mortos e os paises atacados não tiveram outra possibilidade senão defenderem-se.

    Quanto à nossa neutralidade para "salvaguardar as colónias africanas" (julgo que as nossas)veja-se as dos paises que as tinham e que lutaram...

    Veja-se ainda os Bokassas, que essas indepêndencias geraram.

    Pode cantar alto e forte o seu orgulho de vitória, sobre o sangue dos seus compatriotas.

    Eu só conseguiria chorar...

    Cumprimentos
    Ângelo Ribau

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  6. Amigo Angelo

    é verdade,o pai do "petit prince" disse muito mais. mas no que diz respeito ao assunto, as frases a que me referi foram extraidas de "pilote de guerre" escrito durante a 2da guerra(1942) e portanto em pleno contexto.
    a que o amigo Angelo citou, provem, se nao me engano de "terre des hommes" editions gallimard 1939

    a verdade é que: os paises atacados pelas armadas do Hitler foram todos invadidos de maneira fulgurante quase sem hipotese de se defenderem, so a Gra Bretanha escapou e de pouco.
    Se paises longiquos, como USA, Canada,Australia,N.Zelandia...,(que afinal, nada tinham a ver com o conflito que se tramava no velho continente)tivessem fechado os olhos e lavado as maos, hoje em vez de UNIAO EUROPEIA, seria EMPERIO GERMANICO.

    Os meus pais imigraram para a Normandia em 1973 e vivo nesta regiao Francesa à perto de 37 anos,tive oportunidade de visitar os cemiterios militares onde "reposam" os garotos que aqui cairam no dia 6 de Junho de 44.
    Como nao ficar comovido e agradecer-lhes, a CHORAR certamente, mas a cantar tambem, a felicidade de ser um homem livre!

    Contudo, admito que nao so os chefes portugueses, mal agiram( em meu entender, é claro!) tambem e nao é menos grave,pelo contrario a administraçao central Francesa chefiada por o marechal Philippe Pétain, apesar de collaborar com o ocupante iniciou inumeros crimes de guerra.

    Nao pense caro amigo Angelo, que tudo isto e dirigido contra si, respeito e sempre respeitei a opiniao dos outros.
    isto é so a minha maneira de ver.

    cumprimentos
    PC

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  7. Amigo Pedro:

    Neste blog discutem-se ideias. Nada
    de pessoal, pois se o fosse não responderia a esses comentários!

    O Princepezinho (em edição portuguesa), quem não o conhece! O
    pensamento que exprimi de Saint-Exupéry, faz exactamente parte de Piloto de Guerra edição portuguesa
    traduição de Ruy Belo, Capítulo XIII, pagª 91.

    Publíca as tuas ideias. Só as discussão de ideias faz luz.

    Cumprimentos

    Ângelo Ribau

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