domingo, 19 de abril de 2009

Gafanha da Nazaré: Cidade há oito anos




O passado é importante e bom, 
mas é preciso preparar e rentabilizar o futuro


Celebrou-se, hoje, o oitavo aniversário da elevação da vila da Gafanha da Nazaré a cidade, com um programa de alguma forma simbólico, já que não estamos em maré de grandes festas. Também oito anos de cidade não são um número “redondo”, como agora se diz. Contudo, o hastear das bandeiras, junto à sede da Junta de Freguesia; a visita à Fundação Prior Sardo, na casa de Remelha; a passagem pela Via de Cintura Portuária; a participação na Missa das 11 horas, na igreja matriz; e o almoço de trabalho com entidades e dirigentes associativos, no Navio-Museu Santo André, constituíram um programa comemorativo condigno, que contou com a presença do presidente da Câmara Municipal de Ílhavo, Ribau Esteves, tendo como anfitrião o presidente da Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré, Manuel Serra. Associaram-se autarcas, o Prior da Freguesia, Padre Francisco Melo, e diversas entidades. 
Na missa de acção de graças, o nosso prior aproveitou a oportunidade para lembrar que a freguesia e a paróquia nasceram juntas, tendo referido que as comemorações devem ser uma homenagem à “força de todos, mulheres e homens, que nesta terra trabalharam e continuam a trabalhar, para tornar esta sociedade, que vive entre a ria e o mar, de sabor a sal, cada vez mais próspera, inclusiva e justa, e onde a paz tem de ser a palavra de ordem”. 
Questionado sobre como gostaria de brindar a nossa cidade e o seu povo, no próximo ano, altura em que se celebra o centenário da freguesia e paróquia da Gafanha da Nazaré, Ribau Esteves adiantou que o Centro Escolar e Educativo da Cale da Vila, “obra que começará nas próximas semanas, para ficar pronta em Março ou Abril de 2010”, será uma prenda importante. Isto, “porque a Educação foi e é sempre o nosso sector prioritário”, afirmou. 
Garantiu que 2010 vai ser o ano do “arranque físico das obras de saneamento básico”, na Gafanha da Nazaré, “para acabarmos os 50 por cento da cobertura que nos faltam, ao nível da cidade”.  Referiu, a propósito desta questão, que, muito brevemente, vão ser tomadas decisões bastante significativas, envolvendo os 11 municípios da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA), sobre “o investimento na expansão das nossas redes de água e saneamento e de gestão dessas mesmas redes”. 
O autarca ilhavense sublinhou que até final deste ano ficará concluída a obra de ampliação e remodelação do Centro Cultural da Gafanha da Nazaré, “para darmos melhores condições ao desenvolvimento cultural das populações desta cidade”. E logo acrescentou que há uma outra prenda, para beneficiar quatro instituições privadas, a chamada Casa da Música, que gostaria de oferecer no ano do centenário da freguesia e paróquia. As suas dúvidas prendem-se com o facto de ainda não ter conseguido realojar uma família que habita o edifício que se pretende aproveitar. “Há alternativa para o realojamento, mas falta convencer a referida família a aceitar a nossa proposta”, disse. 
Ribau Esteves frisou que a Câmara quer assinalar o centenário com uma outra obra, muito significativa. Trata-se da qualificação do centro urbano da Gafanha da Nazaré, o que implica o arranjo do “troço central que envolve a igreja matriz, na Av. José Estêvão, e a construção, nos terrenos do antigo mercado, da nova sede da Junta e dos CTT”. Falta o financiamento da CGD, que tarda, para este objectivo, mas, “se não se for por aí, vamos procurar outra solução”, garantiu. E acrescentou: “É um objectivo com estatuto formal de prenda, na medida em que o nosso compromisso é que essa obra, o seu desenvolvimento e finalização, marque, de forma histórica, o centenário da freguesia.”
Na Fundação Prior Sardo, uma instituição criada pelo Prior José Fidalgo, para apoiar, sob as mais diversas formas, as famílias, Ribau Esteves, que foi o primeiro presidente da direcção, considerou “exemplar o trabalho de resposta às dificuldades” das pessoas. Ainda criticou o secretário de Estado do Ordenamento do Território, do Ministério do Ambiente, João Ferrão, por não ter disponibilizado uma parcela de terreno de 400 metros quadrados, da zona da Colónia Agrícola, para a construção de uma creche da Fundação, por considerar "irrelevante o projecto". 
O presidente da Câmara de Ílhavo considerou que é fundamental que haja gente solidária, mas frisou que as instituições são precisas, tal como “são precisas regras para servir bem quem mais necessita, organizadamente”. E mais: "O passado é importante e bom, mas é preciso preparar e rentabilizar o futuro." 

Fernando Martins

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