quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Foral de Ílhavo em edição fac-similada

Ribau Esteves, Saul Gomes e Alfredo Marques
JUSTA HOMENAGEM A TODA A NOSSA GENTE
“D. Manuel per graça de Deus rey de Purtugal e dos Alguarves d’aquem e d’alem mar em Africa e Senhor de Guine e da conquista, neveguaçam, comerçio d’Etiopia Arábia Pérsia e da Imdea.” Assim inicia, D. Manuel I, o Venturoso, o Foral de Ílhavo, em 8 Março de 1514. Mas só em 2 de Setembro de 1516, perante as autoridades ilhavenses, juiz e vereadores, se procedeu à sua aplicação, como reza o auto de entrega do documento, cujo original se encontra religiosamente guardado nos cofres camarários. Ontem, no Museu Marítimo, em cerimónia integrada nas comemorações dos 110 anos da restauração do Município de Ílhavo, o presidente da autarquia, Ribau Esteves, afirmou que o lançamento da edição fac-similada do Foral de Ílhavo simboliza uma justa homenagem “a toda a nossa gente”, sublinhando que urge investigar mais o nosso passado para melhor “prepararmos as gerações vindouras”. Disse que importa valorizar permanentemente o nosso património e promover a cultura a todos os níveis, nomeadamente, em torno de tudo o que estiver ligado às nossas tradições, como o mar e o bacalhau. Na sua intervenção, o presidente ilhavense salientou as apostas feitas no âmbito cultural, frisando os dinamismos comunitários, mas também os de cidadãos sem quaisquer ligações associativas. Referiu que o pilar estratégico da cultura, em que a autarquia tem investido, é fundamental para o desenvolvimento sustentado. Lembrou que o individualismo que nos caracteriza tem sido a causa do nosso atraso, face aos países europeus, adiantando que o desafio que se nos impõe exige a cooperação à escala intermunicipal e com o sector universitário, essencial para implementar candidaturas a ajudas com sabor a êxito. Ainda sublinhou que é tempo de se cultivar a solidariedade em favor de municípios menos desenvolvidos da nossa região. Mas se é verdade que o Foral se apresenta como marco essencial da vida do nosso município, já que representa uma certa autonomia em relação aos Senhores de então, também é verdade que Ílhavo é uma povoação já referenciada no século XI, como atestam alguns documentos citados por Saul Gomes, docente universitário e responsável pela introdução histórica e revisão científica desta obra digna de qualquer estante. E acrescentou que Ílhavo se reafirma no contexto da reconquista cristã e da rota dos cruzados a caminho da Terra Santa, de passagem por terras do Vouga. Recordou que Ílhavo foi desde tempos imemoriais uma terra de agricultores e de pescadores, tendo-se destacado pela força comunitária das suas gentes, mais do que pela extensão do seu território. Por sua vez, Alfredo Marques, presidente da CCDR (Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro), garantiu que Ílhavo desempenha na região um papel preponderante que vai para além do seu desenvolvimento territorial, económico e demográfico, graças ao dinamismo do presidente Ribau Esteves, bem patente nas suas intervenções junto das instâncias regionais.
As comemorações dos 110 anos da restauração do Município de Ílhavo encerram no próximo domingo, 18 de Janeiro, pelas 15.30 horas, com a inauguração de uma estátua, na Rotunda Sul do Nó 3 da A25, junto à Friopesca, da autoria do artista ilhavense António Neves. Depois, pelas 17.30 horas, no Centro Cultural de Ílhavo, vai ter lugar um espectáculo evocativo: "Carlos Paião – Uma vida de canções" Fernando Martins

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