domingo, 7 de setembro de 2008

Surpresa Agradável

Ontem tive uma surpresa agradável. Um amigo, que não vejo há muitos anos, contactou-me pelo telemóvel. Uma meia hora depois, porque era preciso conversar mais, o contacto continuou através do telefone fixo. Para podermos falar com calma e com tempo. E no fim, ficou combinado um encontro para retomarmos o desfiar de recordações, olhos nos olhos. Porque continuamos sem nos ver. A vida, com o corre-corre alucinante de todos os dias, tem destas coisas. As amizades, partilhadas em projectos e ideais comuns, podem ficar na arca do esquecimento. Incompreensivelmente. Os anos passam e as boas recordações, as tais que têm a amizade como ponto de referência, começam a diluir-se e a acomodar-se nas sombras da memória. Até quase ficarem petrificadas. É certo que, com frequência, espreitam à janela do consciente muitos desses amigos, com gestos e atitudes, sorrisos e gargalhadas, que constituíram o substrato de cumplicidades que nos marcaram para a vida. Mas nem assim, porque alguns comodismos típicos da idade nos limitam a coragem, conseguimos dar o salto para os encontros sonhados. Ontem, o Horácio foi o corajoso. Um abraço…
Fernando Martins

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