O farol, um amigo
Hoje, afeitos aos truques electrónicos, quase não ligamos à luz do Farol.
À noite, entrava-nos pela janela o foco e, eu e o meu irmão, entretínhamo-nos a contar o tempo de uns sinais para os outros.
Aguçava a nossa curiosidade a regularidade dos ditos sinais. Como é que eles faziam isso?
E para que servia?
… Os pescadores contavam-nos casos vividos por eles em que, se não tinham naufragado, o deviam aos faróis que os avisavam do perigo…
Então ainda gostávamos mais daquela luz. Era como se um Amigo nos entrasse pela janela. E adormecíamos bem acompanhados…
Manuel Olívio da Rocha
“De Pedra em Pedra”, in Boletim Cultural, Ano I, N.º 1