OS PÁTIOS E O RECREIO
Caríssima/o:
Como ainda não entrámos na sala de aula, aproveitamos para acompanhar os alunos no recreio.
Quem não se recorda do recreio? Esse tempo de brincadeira em que a pequenada aproveitava para os seus jogos, corridas e, por vezes, para trincar uma côdea de boroa esquecida no bolso das calças...
Mas onde era o pátio?
Das três Escolas por onde passou, o Olívio brincava em plena rua. Vá lá, na do Ti Bola havia um portão que dava “abrigo” no tempo da chuva. Na da Ti Zefa, até à década de 60 do século passado, as partidas de futebol tinham por palco a estrada muito frequentada que levava o trânsito para o Forte, o Farol, a Barra e a Costa Nova. Não consta que tenha havido acidentes, mas que era uma temeridade...! Bem, adiante...
Além dos jogos tradicionais (o pião, o botão, o berlinde, o eixo, a bilharda, a barra...), estava muito em voga o “hóquei patins”, com tacos de talo de couve e bolas especiais de madeira ou de pedra... [Ouviam-se os relatos no rádio... Portugal era campeão do Mundo... Então fazia-se o nosso “campeonato do mundo”, em plena estrada, à frente da porta da Escola.]
Para os mais novos fica a informação (já tantas vezes ouvida e repetida... mas era mesmo verdade, podeis crer!...) de que nas futeboladas a bola era feita de meias rotas cheias de trapos ou com as bexigas dos porcos sacrificados para nosso sustento. Rara a bola de borracha e a de couro só nos sorteios dos cartões!
E quem não se lembra das corridas com “motas”, arcos e rodas de bicicleta, ou mesmo “a pé”?! Aquilo era um ver se te avias!
Uma última imagem a que associamos praticamente todos os sentidos; imagine-se só: a figueira do outro lado da estrada! Ali mesmo, oferecendo os seus figos apenas inchados na altura dos exames, qual merenda reforçada, mas que exigia altos juros: os lábios rachados! Mas era um regalo, “palácio encantado”, lugar de refúgio... Enfim, dizei vós o resto que eu estou agachado e não posso falar para não me descobrirem!
Manuel
Caríssima/o:
Como ainda não entrámos na sala de aula, aproveitamos para acompanhar os alunos no recreio.
Quem não se recorda do recreio? Esse tempo de brincadeira em que a pequenada aproveitava para os seus jogos, corridas e, por vezes, para trincar uma côdea de boroa esquecida no bolso das calças...
Mas onde era o pátio?
Das três Escolas por onde passou, o Olívio brincava em plena rua. Vá lá, na do Ti Bola havia um portão que dava “abrigo” no tempo da chuva. Na da Ti Zefa, até à década de 60 do século passado, as partidas de futebol tinham por palco a estrada muito frequentada que levava o trânsito para o Forte, o Farol, a Barra e a Costa Nova. Não consta que tenha havido acidentes, mas que era uma temeridade...! Bem, adiante...
Além dos jogos tradicionais (o pião, o botão, o berlinde, o eixo, a bilharda, a barra...), estava muito em voga o “hóquei patins”, com tacos de talo de couve e bolas especiais de madeira ou de pedra... [Ouviam-se os relatos no rádio... Portugal era campeão do Mundo... Então fazia-se o nosso “campeonato do mundo”, em plena estrada, à frente da porta da Escola.]
Para os mais novos fica a informação (já tantas vezes ouvida e repetida... mas era mesmo verdade, podeis crer!...) de que nas futeboladas a bola era feita de meias rotas cheias de trapos ou com as bexigas dos porcos sacrificados para nosso sustento. Rara a bola de borracha e a de couro só nos sorteios dos cartões!
E quem não se lembra das corridas com “motas”, arcos e rodas de bicicleta, ou mesmo “a pé”?! Aquilo era um ver se te avias!
Uma última imagem a que associamos praticamente todos os sentidos; imagine-se só: a figueira do outro lado da estrada! Ali mesmo, oferecendo os seus figos apenas inchados na altura dos exames, qual merenda reforçada, mas que exigia altos juros: os lábios rachados! Mas era um regalo, “palácio encantado”, lugar de refúgio... Enfim, dizei vós o resto que eu estou agachado e não posso falar para não me descobrirem!
Manuel