quarta-feira, 5 de março de 2008

UMA ACTUALIDADE DESACTUALIZADA

Faz falta ensinar à gente nova, porque agora já não se ensinam, e recordar aos menos novos, que ainda as aprenderam, as catorze obras de misericórdia, sete corporais e sete espirituais.
É uma aprendizagem com consequências na vida de quem sabe e na daqueles que podem beneficiar do seu saber.
O cortejo dos necessitados de misericórdia é grande e aumenta sempre mais, mesmo que se julgue o contrário. Não faltam famintos e sedentos a alimentar, nus a vestir, peregrinos a acolher, cativos a redimir e doentes a visitar e a cuidar. Não faltam ignorantes a ensinar, desviados a corrigir, perturbados a aconselhar, tristes a consolar, gente por quem se tem de ser paciente e muitos, vivos e mortos, a pedir-nos uma memória activa e um coração agradecido.
As obras de misericórdia não perderam a cotação. Elas serão a matéria de exame final sobre o valor que demos à vida e a maneira como a vivemos ao longo do tempo. A Quaresma pode levar-nos a dar-lhes atenção e sentido. Não é tempo perdido.

António Marcelino

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