As informações que nos são oferecidas diariamente deixam-me às vezes perplexo pelo que vejo. Portugueses humildes de regiões do interior têm de se deslocar mais de 100 quilómetros para serem atendidos por um médico do Serviço Nacional de Saúde. Uns vão de autocarro (mais de duas horas de viagem), outros de ambulância, outros de carro próprio ou de familiares, e outros, ainda, de táxi. São pessoas simples, sem conhecimento dos seus direitos, sem capacidade reivindicativa, normalmente de reformas e rendimentos baixos. Depois, têm de esperar o que é normal e de regressar pelos mesmos caminhos. Um dia inteiro para uma consulta ou exame médico.
Quando vejo estes retratos de Portugal real, o tal País profundo de que muitos falam na altura de férias, fico chocado. Profundamente chocado.
Nós, os do Portugal do litoral, comercial e industrial, de boas vias de comunicação, com tudo ao pé da porta, nem sequer reflectimos sobre as riquezas que possuímos e nem olhamos para estes nossos compatriotas. Os políticos, nas suas secretárias, lá para as bandas de Lisboa, onde não falta nada, fartam-se de fazer planos e até parece que vêem o País como um todo, quando, afinal, ele é uma manta de retalhos, onde há tiras de pano ricas e tiras que se rompem, ao mais pequeno gesto, por estarem puídas com o uso e com o tempo.
Eu penso que a cultura da solidariedade tem de ser incrementada, pondo em prática o princípio da partilha e a obrigação de se repartir com os que precisam o muito que alguns têm. Isto será um absurdo? Talvez. Mas eu continuo a pensar que os serviços de Saúde têm de estar mais próximos das pessoas, doa a quem doer. Por exemplo, nós, aqui, nos concelhos de Aveiro e Ílhavo, e arredores, temos tudo à mão. Mesmo assim, ainda protestamos, porque não temos o médico na nossa sala de estar ou no nosso quarto. Não haverá nestas zonas serviços a mais, num raio de 15 quilómetro, quando outros têm de percorrer mais de 100 quilómetros para uma consulta? Onde está, afinal, o Portugal solidário de que tanto se fala? Temos de pensar nisso!
FM
Quando vejo estes retratos de Portugal real, o tal País profundo de que muitos falam na altura de férias, fico chocado. Profundamente chocado.
Nós, os do Portugal do litoral, comercial e industrial, de boas vias de comunicação, com tudo ao pé da porta, nem sequer reflectimos sobre as riquezas que possuímos e nem olhamos para estes nossos compatriotas. Os políticos, nas suas secretárias, lá para as bandas de Lisboa, onde não falta nada, fartam-se de fazer planos e até parece que vêem o País como um todo, quando, afinal, ele é uma manta de retalhos, onde há tiras de pano ricas e tiras que se rompem, ao mais pequeno gesto, por estarem puídas com o uso e com o tempo.
Eu penso que a cultura da solidariedade tem de ser incrementada, pondo em prática o princípio da partilha e a obrigação de se repartir com os que precisam o muito que alguns têm. Isto será um absurdo? Talvez. Mas eu continuo a pensar que os serviços de Saúde têm de estar mais próximos das pessoas, doa a quem doer. Por exemplo, nós, aqui, nos concelhos de Aveiro e Ílhavo, e arredores, temos tudo à mão. Mesmo assim, ainda protestamos, porque não temos o médico na nossa sala de estar ou no nosso quarto. Não haverá nestas zonas serviços a mais, num raio de 15 quilómetro, quando outros têm de percorrer mais de 100 quilómetros para uma consulta? Onde está, afinal, o Portugal solidário de que tanto se fala? Temos de pensar nisso!
FM