Faz hoje 100 anos que o rei D. Carlos e seu filho primogénito, o príncipe Luís Filipe, foram assassinados no Terreiro do Paço, em Lisboa. Por iniciativa de D. Duarte Pio, que contou com o apoio de diversas personalidades, monárquicas e republicanas, houve cerimónias em Lisboa e um pouco por todo o País. Pretendeu-se evocar o assassínio de um Chefe de Estado e de seu filho, perpetrado por dois revolucionários ligados à Carbonária, uma associação secreta que, ao tempo, actuava em Itália, França e Espanha.
Penso que os factos históricos devem ser recordados com respeito e com verdade. D. Carlos não era nenhum tirano e, como rei, era bastante respeitado, tanto no País como no estrangeiro. O partido republicano tinha liberdade de actuação: havia deputados seus no Parlamento e chegou a ganhar as eleições à Câmara de Lisboa.
A Monarquia não era um regime perfeito. A República, instaurada em 5 de Outubro de 1910, também nunca o foi. E tanto azar tivemos que, logo desde os começos, houve o caos político em Portugal. Depois, uma longa ditadura de quase 50 anos.
Hoje, na Assembleia da República, foi rejeitado um voto de pesar pelo assassínio do rei D. Carlos e de seu filho, há 100 anos. Será que alguém ainda tem medo que a Monarquia volte a Portugal?
FM