Fico sempre espantado com os nossos cronistas que vêem tudo negro. Aprecio Vasco Pulido Valente pela sua cultura e domínio de escrita, mas não entendo tanto pessimismo sobre Portugal e os portugueses. Hoje, na sua crónica do PÚBLICO, voltou à carga, ressuscitando epítetos que nos foram atribuídos por gente importante do nosso País, desde Alexandre Herculano, Bulhão Pato e D. Carlos, com “Isto dá vontade de morrer”, “Piolheira”, “Choldra”, até aos políticos actuais que provocaram “um mal-estar difuso”. Passando, claro, pelos republicanos que ficaram desiludidos e pelos que sempre lutaram por alcançar a Europa sem nunca o terem conseguido, acabando na garantia de que “ninguém faz nada com sentido”. Afinal, segundo ele, "Portugal sempre gostou muito pouco de si próprio".
Pelas suas contas, os portugueses não consegue sair da angústia nacional…
Ora, a verdade é que há muita gente a pregar que vivemos num país inviável, mas cá estamos desde que D. Afonso Henriques deu o grito de independência, batendo-se com garra contra quem se lhe opunha. E passou essa mensagem às gerações seguintes para que o continuássemos. Porquê então tanto pessimismo?
FM