Há pessoas maravilhosas e gestos lindos que não o seriam se não tivesse havido Natal.
O Natal que houve, é o Natal que há. Cada dia, se eu e tu quisermos.
No coração humilde de um crente, a fé do Natal é força explosiva e dinamismo imparável. Muito além do que se pensa. Natal que enche a vida e a faz sair de si, para dizer a todos que a minha vida, a tua vida, também é vida dos outros. De todos.
Vivência de Natal não se encontra em qualquer canto, não se espelha em qualquer rosto.
Hoje, como ontem, o Natal passa-se fora de portas, em campo aberto, povoado por gente humilde, gente de coração limpo e sensível. Gente desinstalada que vem, de longe ou de perto, à procura de amor. Gente que acredita que a luz vence as trevas, e onde o sol penetra pelas frestas das portas e janelas, já nada pode impedir que ele ilumine a noite de tantas casas habitadas de pessoas, desabitadas de ternura, de beleza, de paz.
Só onde estiver alguém que se julgue sol, as trevas persistirão.
Só onde vive gente instalada e satisfeita, revoltada ou desanimada, de coração fechado á esperança, faltará espaço e vontade para procurar e encontrar o Natal.
Natal, todos os dias! Porque não? O Natal de Cristo não está fechado no ontem do tempo. Sou hoje seu contemporâneo, como o foram os pastores que o celebraram na noite em que ressoou para sempre o canto sereno da paz. Paz sempre necessária.
Sinto o fascínio do Natal. O Menino Deus, feito Homem, Amigo e Irmão, Senhor e Mestre, continua a fascinar-me e jamais deixará de ser um sedutor.
Ele é luz e força da minha vida. As trevas são sempre passageiras. A luz vence.
Fascínio do Natal! Fascínio da criança junto ao Presépio de imagens, luzes e cores.
Sorrindo, falando para dentro, contemplando, deixando que o coração se encha de sonhos, a vida se abra ao bem…
“ Se não vos fizerdes como crianças…” Que apelo tão fora do tempo em que todos querem ser grandes! Um Reino que é para todos, é tão difícil que seja de todos.
Amo o Natal de Cristo. Ele solta-me o coração, que parte, como cavalo sem freio, por terras de gente e de ninguém, espaços de crentes e descrentes, caminhos desencontrados de ricos satisfeitos e de pobres excluídos. Corre ao apelo de gritos escutados, intui gritos não gritados, leva calor de amor aos que não desistem de ser pessoas…
Quando haverá de novo Natal de todos?
Hoje mesmo, se eu quiser. Se o quiserem, comigo, os que crêem que o Natal de Cristo foi, é e será sempre, o Natal que dá sentido ao dia e luz à noite. O Natal que aquece corações enregelados, escancara portas à esperança, sensibiliza ao amor, constrói fraternidade, faz do mundo lugar apetecível, sempre e para todos.
Natal que dá rosto humano a Deus e rosto divino aos homens e mulheres de sempre.
É este o Natal de Cristo, o Natal cristão, o meu Natal. Por isso é festa. De Deus para mim, para todos.
António Marcelino,
Bispo Emérito de Aveiro
O Natal que houve, é o Natal que há. Cada dia, se eu e tu quisermos.
No coração humilde de um crente, a fé do Natal é força explosiva e dinamismo imparável. Muito além do que se pensa. Natal que enche a vida e a faz sair de si, para dizer a todos que a minha vida, a tua vida, também é vida dos outros. De todos.
Vivência de Natal não se encontra em qualquer canto, não se espelha em qualquer rosto.
Hoje, como ontem, o Natal passa-se fora de portas, em campo aberto, povoado por gente humilde, gente de coração limpo e sensível. Gente desinstalada que vem, de longe ou de perto, à procura de amor. Gente que acredita que a luz vence as trevas, e onde o sol penetra pelas frestas das portas e janelas, já nada pode impedir que ele ilumine a noite de tantas casas habitadas de pessoas, desabitadas de ternura, de beleza, de paz.
Só onde estiver alguém que se julgue sol, as trevas persistirão.
Só onde vive gente instalada e satisfeita, revoltada ou desanimada, de coração fechado á esperança, faltará espaço e vontade para procurar e encontrar o Natal.
Natal, todos os dias! Porque não? O Natal de Cristo não está fechado no ontem do tempo. Sou hoje seu contemporâneo, como o foram os pastores que o celebraram na noite em que ressoou para sempre o canto sereno da paz. Paz sempre necessária.
Sinto o fascínio do Natal. O Menino Deus, feito Homem, Amigo e Irmão, Senhor e Mestre, continua a fascinar-me e jamais deixará de ser um sedutor.
Ele é luz e força da minha vida. As trevas são sempre passageiras. A luz vence.
Fascínio do Natal! Fascínio da criança junto ao Presépio de imagens, luzes e cores.
Sorrindo, falando para dentro, contemplando, deixando que o coração se encha de sonhos, a vida se abra ao bem…
“ Se não vos fizerdes como crianças…” Que apelo tão fora do tempo em que todos querem ser grandes! Um Reino que é para todos, é tão difícil que seja de todos.
Amo o Natal de Cristo. Ele solta-me o coração, que parte, como cavalo sem freio, por terras de gente e de ninguém, espaços de crentes e descrentes, caminhos desencontrados de ricos satisfeitos e de pobres excluídos. Corre ao apelo de gritos escutados, intui gritos não gritados, leva calor de amor aos que não desistem de ser pessoas…
Quando haverá de novo Natal de todos?
Hoje mesmo, se eu quiser. Se o quiserem, comigo, os que crêem que o Natal de Cristo foi, é e será sempre, o Natal que dá sentido ao dia e luz à noite. O Natal que aquece corações enregelados, escancara portas à esperança, sensibiliza ao amor, constrói fraternidade, faz do mundo lugar apetecível, sempre e para todos.
Natal que dá rosto humano a Deus e rosto divino aos homens e mulheres de sempre.
É este o Natal de Cristo, o Natal cristão, o meu Natal. Por isso é festa. De Deus para mim, para todos.
António Marcelino,
Bispo Emérito de Aveiro