quinta-feira, 18 de outubro de 2007

CONSTRUÇÕES EM TERRA, NA ANTIGA CAPITANIA







Alguns aspectos da exposição


ADOBES EM AVEIRO E NO RESTO DO MUNDO

Até ao próximo dia 21, domingo, ainda pode visitar a exposição de fotografia e de utensílios do fabrico de adobes, na galeria da antiga Capitania, junto ao olho da cidade. Da região de Aveiro e doutras partes do mundo. São fotografias que nos mostram uma arte de tempos ancestrais, com vestígios dos nossos tempos. Vi edifícios, com que me cruzei tantas vezes, sobre os quais nunca me tinha debruçado com a atenção que eles mereciam. As exposições, afinal, têm esta missão de nos alertar para a arte e para as artes que teimam em marcar presença entre nós. Fui de propósito a Aveiro para ver duas exposições, mas não encontrei muita gente com gosto por estas coisas. É pena.
O desafio que aqui deixo é muito simples: vão à exposição antes que ela encerre.
Muitas das fotografias expostas são-nos de alguma forma familiares. Mas os testemunhos de antigos adobeiros também são bastante expressivos. Manuel de Oliveira Silva, 85 anos, de Requeixo; Georgina Gonçalves dos Santos, 84 anos, de Esgueira; e Aristides Marques Ferreira, 92 anos, de Eirol, estão bem retratados, como bem retratadas estão vidas e artes doutras gerações.
Fotografias do fabrico e aplicação de adobes mostram ao visitante que é preciso olhar à volta para apreciar o que resta da riqueza dos nossos avoengos, nomeadamente das freguesias dos concelhos de Aveiro e Ílhavo. E doutras paragens, em especial da Índia, Angola, Moçambique, Egipto, Espanha, Argentina e Marrocos.
Se gosta destas coisas (e mesmo que não goste; está sempre a tempo de começar a gostar), não perca esta oportunidade.

2 comentários:

  1. Amigo Fernando:

    O anúncio desta exposição trouxe-me à memória o tempo em que eu era criança. Os adobos eram feitos nas lombas junta à mata e perto da "Fonte das Lebres". Misturava-se cal com areia e água, e essa mistura era posta numa "forma"que e apertada com um pé. Passado algum tempo a forma era retirada e utilizada novamente.
    A mistura ficava a secar ao sol a passados dias quando já era consistenta, os adobos eram empilhados, a aguardar destino.
    Este era um serviço colectivo. Os
    interessados pediam ajuda aos vizinhos e amigos, que nunca era negada.
    Para o transportes dos adobos para as "obras" eram convidados os agricultores que tinham carros de bois, sendo estes ajudados na carga e na descarga pelos vizinhos.
    A esta operação chamava-se
    "acartadela"
    O pagamento destes trabalhos era um ceia farta na casa do benefifiado.

    Ângelo Ribau Teixeira

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  2. Meu caro

    Hoje deste uma lição de história a quem ler o teu oportuno comentário... É nesta troca de saberes que todos aprendemos...

    Obrigado

    Fernando

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