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Alegria! Alegria!
Ó céu do meu País,
Onde as nuvens até são quase luminosas,
Ó Sol de Maio a rir nos canteiros de rosas,
Ó Sol Alegre, ó Sol Brilhante, ó Sol Feliz
Para quem o Inverno é um momento apenas.
Sol de ingénuas manhãs e de tardes serenas,
Ó Sol quente de Julho, ó Sol das romarias,
Queimando e endoidecendo as multidões sadias,
Sol candente do Algarve, ó Sol doce do Minho,
Florindo amendoais ou a espumar no vinho.
Sol das searas de oiro e dos vergéis de Outono
Palpitantes de cor como um largo poente;
Sol que ao dormir a terra o seu fecundo sono,
Lhe dás sonhos de luz, voluptuosamente.
Sol das eiras do milho e da roupa a corar,
Sol dos verdes pinhais e das praias trigueiras,
Ó Sol moreno e forte a resplender no mar
Tisnando as carnações mais as velas ligeiras
Ó Sol moreno, ó Sol alegre, ó Sol feliz
Sendo ainda clarão na hora da agonia.
- Canta a glória da Luz, canta a glória do dia
Em todo o meu País!
João de Barros
Ó céu do meu País,
Onde as nuvens até são quase luminosas,
Ó Sol de Maio a rir nos canteiros de rosas,
Ó Sol Alegre, ó Sol Brilhante, ó Sol Feliz
Para quem o Inverno é um momento apenas.
Sol de ingénuas manhãs e de tardes serenas,
Ó Sol quente de Julho, ó Sol das romarias,
Queimando e endoidecendo as multidões sadias,
Sol candente do Algarve, ó Sol doce do Minho,
Florindo amendoais ou a espumar no vinho.
Sol das searas de oiro e dos vergéis de Outono
Palpitantes de cor como um largo poente;
Sol que ao dormir a terra o seu fecundo sono,
Lhe dás sonhos de luz, voluptuosamente.
Sol das eiras do milho e da roupa a corar,
Sol dos verdes pinhais e das praias trigueiras,
Ó Sol moreno e forte a resplender no mar
Tisnando as carnações mais as velas ligeiras
Ó Sol moreno, ó Sol alegre, ó Sol feliz
Sendo ainda clarão na hora da agonia.
- Canta a glória da Luz, canta a glória do dia
Em todo o meu País!
João de Barros
In Vértice, revista de cultura e arte, Junho de 1952