Palácio de Balmoral
AINDA A MESA…
Caríssimo/a:
Um dia, casal amigo convidou-nos para visitar um “garden center”. Inevitável pergunta:
- Would you want lunch?
O “yes” sai-nos espontâneo.
Quando, após a sopa, esperávamos algo mais, “aprendemos” que o almoço se resumia a isso mesmo: uma sopa e duas fatias de pão sobre as quais poderíamos espalhar “manteiga” ou “doce”.
E esta ementa, com ligeiras alterações nos vegetais da sopa, é universal: para todos, quer estejam a trabalhar ou simplesmente a passear. Se, por exemplo, visitarmos o palácio da residência de férias da família real, em Balmoral, no refeitório, que encontramos em tudo quanto é local de veraneio, a sopa que nos serviram foi especial: sopa a Balmoral (com o respectivo pãozinho com manteiga) …
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De manhã, cereais com leite; torradas…
Como em nossas casas; o célebre almoço britânico é cartaz turístico.
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Refeição principal, onde a família se reúne, o jantar.
Servida cedo (para nós…), pelas seis, seis e meia, tem prato e sobremesa, normalmente fruta.
As crianças pelas sete horas estão na cama.
Os adultos, durante o serão, em frente da tv ou fazendo trabalhos ligeiros em casa, tomarão ainda uma refeição ligeira: copo de leite, uma ou outra sanduíche e fruta (vá lá, uma ou outra cervejita!).
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Exactamente, como no Continente, a generalização é perigosa e pode até ser tendenciosa, mas fica a certeza de que as diferenças são notórias, certamente pelo clima e pela situação geográfica.
Ao falar destes hábitos não pretendo fazer qualquer comparação e muito menos valoração. As coisas são como são; a nós é-nos permitida a compreensão e a aceitação numa troca de sorrisos que abra o coração.
Ainda hoje nos recordamos da primeira visita dos escoceses a nossa casa. Procuramos proporcionar-lhes pratos típicos, servidos à nossa maneira e às nossas horas. Foram muitos os olhares trocados quando, ao almoço, chegou a vez da caldeirada. Oh céus! O drama por que passaram: eles não conhecem espinhas nem ossos!
Logo ao jantar, com todo o esmero e toda a satisfação da nossa parte, brindámo-los com costeletas. E num sorriso de alma aberta e como mandam as regras, insistimos:
- vá lá: mais um bocadinho - só esta costeleta!
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Com a sobremesa e especialmente os doces, tudo bem: o que é doce nunca amargou!
Manuel