E A CERVEJA...
TEM SEMPRE A MESMA COR?
Caríssimo/a:
Não, nada disso que estás a pensar...
Hoje ainda vou ali por outro grande poeta; não sei se já ouviste falar no Pessoa, o Fernando Pessoa...
Vê lá tu onde se pode encontrar um grande poeta!... Estava a queimar uma papelada velha quando dou de caras com ele, ali prontinho para a incineração... Alto lá, este mais devagar!
Agora vem comigo espreitar o que ele escreveu desta vez:
Sagres é uma boa cerveja
e eu acabarei por gostar da Sagres
como gosto do Rexina.
Sagres é a pausa que refresca e tem vitaminas
todas as bebidas da televisão têm vitaminas
mesmo as do programa literário que é detergente
e eu uso-as e sou um cidadão perfeito
e até já consigo adormecer com hipnóticos
depois de tomar o Tofa descafeinado
e no Verão visto calções de banho de fibras sintéticas
para me banhar na Torralta
cidadão perfeito perfeitamente bronzeado com Ambre Solaire.
Tudo coisas admiráveis e desesperadamente necessárias
que eu devo ao marketing
e me são cozinhadas num abrir e fechar de olhos
nas panelas de pressão de todo o bom cidadão.
E no intervalo bebi café puro o do gostinho especial
Sical Sical que é um luxo verdadeiro
por pouco dinheiro. (...)
Preciso e gosto de uma data de coisas
e só agora o sei,
menos da Sagres. Mas acabarei por gostar.
Ninguém contraria o marketing por muito tempo.
Ninguém contraria os fabricantes de bem fazer
o bom cidadão.
E tudo graças ao marketing.
E agora como terminar?
Pedir uma cerveja preta para servir de tónico nesta torreira de ensandecer?!
Manuel
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Nota: Apresento hoje, antecipando um dia, o Gotas do Arco-Íris, por razões técnicas. Amanhã, em princípio, estarei sem Net. Apresento o meu pedido de desculpas ao autor e aos leitores do meu blogue.