Mestre Mónica
merecia mais respeito
Numa das minhas muitas caminhadas pela Gafanha da Nazaré vejo, por vezes, aquilo que não gostaria de ver. É o caso do vandalismo que se nota por cada canto, com os graffitis a conspurcarem tudo o que encontram.
Eu sei que há graffitis artistas e com capacidade para decorarem paredes com arte e sensibilidade. Mas o que se vê por aí não é nada disso. É simplesmente indecoroso o que muitos fazem, sem qualquer respeito pela propriedade alheia e pelos monumentos.
Em 1986, uma Comissão, constituída pelos gafanhões José Ramos, Marcos Cirino, Óscar Fernandes, Joaquim Rosa e Luís Caneira, levantou um monumento, na Alameda Prior Sardo, de homenagem ao célebre construtor naval Mestre Mónica, filho da terra, onde nasceu em a 11 de Junho de 1889. Faleceu em 16 de Julho de 1959, depois de muito ter feito pela Gafanha da Nazaré e pela região aveirense, no campo da construção naval, e não só.
A homenagem quis assinalar o centenário de nascimento do Mestre Manual Maria Bolais Mónica e foi perfeitamente justa e até oportuna.
Ora foi este monumento que eu vi completamente abandonado e degradado. Mestre Mónica não merecia tal desconsideração. Merecia e merece, sim, respeito e admiração de todos os gafanhões. Por isso, espero que em breve, ao voltar a passar por lá, eu possa confirmar que o monumento foi limpo e que o pequeno lago que o ornamenta, sem lixo, já tem o repuxo a funcionar.
Fernando Martins