O Padre José Maia, antigo presidente da UIPSS (União das Instituições Particulares de Solidariedade Social e actual presidente da Fundação Filos, é um homem sem papas na língua. Fala sem complexos e diz verdades que muitos calam. No "PÚBLICO" de hoje volta à carga com a frontalidade que se lhe conhece. Diz ele: "Se o Estado gasta três milhões de contos para salvar um lobo, por causa do impacte ambiental [na construção da A24], porque não há-de gastar o mesmo com os idosos, por impacte humanitário? É urgente evitar que o idoso morra na lama, sem nada."
Na entrevista ao mesmo diário, adianta: "grande parte dos idosos têm casas abandonadas, sem dinheiro para as restaurar. Porque não há-de o Estado subsidiar a recuperação das casas, de forma a que os idosos possam receber o apoio dos vizinhos desempregados, que também seriam pagos pela Segurança Social?"
Defende, ainda, a criação de "Redes Comunitárias de Vizinhança", ao mesmo tempo que esclarece: "Sempre que um idoso não tem condições, vai, ou tenta ir, para um equipamento. Não. É preciso mantê-lo em casa, perto do mundo em que vive. Os equipamentos são para os doentes ou para as pessoas não autónomas."
F.M.