domingo, 14 de maio de 2006

Gotas do Arco-Íris - 17

NÃ, NÃO HÁ A COR PRETA
NO ARCO-ÍRIS!...
Caríssimo/a: Ainda bem, ainda bem! Como tudo é diferente daquele Maio de 1945 que marcou o final da 2.ª Grande Guerra Mundial! Vendo as imagens de um qualquer álbum que recordem essa época... Bem, o melhor é esquecer! E também as estórias que rememoram esse período estão estafadas e a juventude habituada a leituras fáceis de iPod e meios parecidos – que até podes levar e pagar depois .. - dizia eu, a juventude nem suporta ouvir o velhote começar “naquele tempo...”. «Pois se era naquele tempo que nos deixe em paz que agora os tempos são outros!...» E eles têm razão!... Que interessa que os rapazes (porque as raparigas não precisavam de ir!...) levassem para a Escola e lhes serviriam de almoço uns nacos de broa com duas petingas cozidas (aquelas que a Mãe fizera sobrar da ceia da véspera...), embrulhadas em envelhecido papel de jornal... Pois claro, esquece!... E no regresso das aulas (lá pela tardinha, que nesse tempo o horário ia muito para além do que estava estabelecido...), com o aperto da fome, o nosso aluno a devorar as ervilhas e quando levantou os olhos e viu ali à sua frente o ti Gandarinho, o dono da terra, que lhe sorria e certamente bendizia a Deus que criou aquelas ervilhas para matar a fome daquele triste!... Ervilhas verdes... fome negra... mas que seca! A cor preta não há no Arco-Íris! Os jovens têm razão! Haja esperança! Manuel

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