do mundo:
não à opressão
e à morte
O famoso filósofo Fichte tem um texto com perguntas que todo homem, minimamente atento à vida, alguma vez fez, pois são perguntas que ele transporta consigo, melhor, que ele é. O filósofo alemão escreveu que o ser humano não deixará facilmente de resistir a uma vida que consista em "eu comer e beber para apenas logo a seguir voltar a ter fome e sede e poder de novo comer e beber até que se abra debaixo dos meus pés o sepulcro que me devore e seja eu próprio alimento que brota do solo"; como poderei aceitar a ideia de que tudo gira à volta de "gerar seres semelhantes a mim para que também eles comam e bebam e morram e deixem atrás de si outros seres que façam o mesmo que eu fiz? Para quê este círculo que gira sem cessar à volta de si?... Para quê este horror, que incessantemente se devora a si mesmo, para de novo poder gerar-se, gerando-se, para poder de novo devorar-se?"
Também Ernst Bloch, o filósofo ateu religioso, escreveu que o homem nunca há-de contentar-se com o cadáver.
Há aquelas perguntas infinitas: Quem sou? Para onde vou? Onde estarei quando cá já não estiver? E o dramático é que, por um lado, a vida depois da morte é completamente não figurável - para lá do espaço e do tempo, não é possível qualquer representação. Nunca poderei dizer: morri, estou morto - serão outros a dar a notícia.
Por outro lado, é insuportável acabar, andar, na vida, de sentido em sentido e, no fim, afundar-se no nada - não ir para lado nenhum. Sendo o homem "alguém", quem afirma o nada no termo vê-se confrontado com a pergunta: como se passa de "alguém" a "ninguém"? Como conceber uma consciência morta? Afinal, o que era antes de morrer? Se tudo desembocasse no nada, qual seria a distinção entre bem e mal, honestidade e desonestidade, honradez e mentira, verdade e falsidade, já que no fim tudo se afundaria no nada e tudo seria o mesmo: precisamente nada?
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