“O Governo e todos nós queremos que isto mude, que isto melhore mesmo. Mas para isso não basta criar o clima de que ‘estamos numa boa’ ou para lá caminhamos, pois esse momento não só vem muito longe como, sobretudo, todos os citados relatórios mostram que nos devemos preparar para mais dias difíceis e, sobretudo, para quebrar um tabu: há muitos ‘direitos adquiridos’ que, se não terminarem depressa, não haverá solução para o país.
O que o Governo tem de começar a dizer já é o que ontem aqui escrevia José Miguel Júdice: os sacrifícios vão continuar e até aumentar; há muitas expectativas que serão incumpridas; não chega acabar com privilégios, vai ser necessário acabar com modos de vida que até são apenas medianos. Ou mudamos ou rebentamos – e só esperamos que os portugueses o não percebam tarde demais. Tal como esperamos que, batendo a crise forte, haja por fim predisposição para alterar hábitos.”
José Manuel Fernandes,
no Editorial do “PÚBLICO" de hoje