sexta-feira, 7 de outubro de 2005

SÍNODO DOS BISPOS: Divorciados recasados em debate

Alterações litúrgicas têm proporcionado amplo debate entre os padres sinodais
A quarta Congregação Geral da XI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, ficou marcada pela proposta do arcebispo neozelandês de Wellington, que sugeriu que os divorciados recasados pudessem voltar a comungar. «Enriquecíamos as nossas Igrejas se pudéssemos convidar os católicos comprometidos, e actualmente excluídos da Eucaristia, a voltarem à mesa do Senhor. Aqueles cujo primeiro matrimónio terminou de forma triste», mas que «nunca abandonaram a Igreja», explicou D. John Dew.
O prelado disse mesmo que «o Sínodo deve ter um enfoque pastoral» e que, por isso, «há que avaliar as formas de incluir aqueles que têm fome do Pão da Vida. É necessário enfrentar o escândalo daqueles que têm fome do alimento eucarístico, tal como se deve encarar o escândalo da fome física ».
O discurso de D. John Dew surgiu num dia em que o jornal Il Foglio, dedicado exclusivamente ao comentário de notícias e considerado como um dos mais informados de Itália, assinalou que alguns grupos de pressão estão a tentar influenciar as conclusões do Sínodo. Il Foglio refere que o Papa Bento XVI elegeu pessoalmente figuras «conhecidas pelas suas posições mais tradicionalistas, tal como o alemão Joachim Meisner, o australiano George Pell e o canadiano Marc Ouellet».
Segundo o diário romano, «o bispo Donald Trautman – que preside à Comissão de Liturgia do Episcopado norte-americano – atacou duramente o Instrumentum laboris, considerando- o indigno e criticando a sua posição conservadora ». Para Il Foglio, «a ala progressista dos bispos procurará abrir uma brecha na chamada pastoral dos divorciados recasados, para que estes voltem a comungar ». «A pressão parece vir especialmente da França», dado que «esta questão foi mencionada pelos bispos beneditino Robert Le Gall de Mende e Roland Minnerath de Digione», que participam nos trabalhos sinodais.
«Será interessante seguir o desenvolvimento do debate sobre este tema», porque «pela primeira vez na história dos sínodos se reservou um tempo para perguntas e respostas entre os padres sinodais», conclui o diário italiano.
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