também sabe cativar os jovens
Entusiasmo, satisfação e ainda alguma expectativa marcam o primeiro grande encontro de Bento XVI com os jovens de todo o mundo, na XX Jornada Mundial da Juventude.
Ao contrário das teorias que vêem neste tipo de encontro um “sofrimento” para um Papa professor, um sábio da Teologia, a dinâmica de Colónia tem mostrado que Bento XVI, apesar da sua timidez natural, também consegue cativar os jovens. Não o faz pelo caminho mais fácil, porque a sua mensagem é densa, exigente e vai de encontro a alguns dos anseios e dúvidas mais comuns na juventude dos nossos dias. Aos que procuram um caminho para a sua vida e uma resposta para as suas interrogações, o Papa aponta a solução definitiva: Cristo.
Não é tanto o calor dos gestos, mas o das palavras de Bento XVI que cativou a geração “Wojtyla”, que cresceu à sombra de um outro Papa. O desafio é difícil e as comparações constantes, mas a resposta dada por um surpreendente Papa Ratzinger tem estado à altura das exigências.
A vontade de comunicar com os jovens é inegável e vê-se nos pequenos momentos como nos grandes discursos. Bento XVI deixa que os jovens falem, mas não deixa que o seu entusiasmo abafe aquilo que tem para lhes dizer – não tem sido raro vê-lo levar o dedo à boca, pedindo silêncio...
No seu primeiro contacto com os jovens, na Alemanha, o Papa deixou um forte apelo a todos os que participam nas Jornadas: “escancarai o vosso coração a Deus! Deixai-vos surpreender por Cristo! Concedei-lhe o direito de "Vos Falar" durante estes dias”.
A pesada herança de João Paulo II não pareceu pesar a Bento XVI, que permaneceu igual a si próprio neste encontro com os jovens, aos quais ofereceu um discurso caloroso, mas carregado de exigência. Lembrando que o Papa polaco soube compreender “os desafios com que os jovens de hoje são confrontados”, Bento XVI desafiou os presentes a “colocar em prática, todos juntos, os seus ensinamentos”.No coração da Europa, onde a Igreja Católica parece em quebra, Bento XVI desafia a multidão da JMJ a inundar o Velho Continente com um novo sopro de vida. “É preciso, caros amigos, saber fazer as escolhas necessárias. No decorrer das Jornadas, convido-vos a um compromisso sem reservas para servir Cristo, custe o que custar”, sublinhou.
Para já, não são perceptíveis grandes diferenças entre esta JMJ e as 19 anteriores. Há um mesmo tom festivo, bandeiras de numerosos países, cantos até que não haja voz. Os hispânicos, sempre ruidosos, substituíram o já famoso “Juan Pablo II, te quiere todo el mundo” por “Benedicto, torero, te quiere el mundo entero”. E por onde quer que passe Bento XVI, há sempre alguém disposto a chamar por “Be-ne-de-tto”.
Fonte: ECCLESIA