quarta-feira, 17 de agosto de 2005

IRMÃO ROGER: Lições de uma passagem por Lisboa

A memória do Irmão Roger no seu último grande encontro com os jovens
O fundador da Comunidade de Taizé, Irmão Roger, deixou na sua passagem por Lisboa, no final de 2004 e início de 2005, um verdadeiro testamento de paz e de unidade.Naquele que foi o seu último grande encontro com jovens de todo o continente, falou sempre da necessidade de paz. “A paz mundial é essencial para aliviar os sofrimentos, em particular para que as crianças que nascem não conheçam a angústia e a insegurança", sublinhou o irmão Roger.
A Nova Europa que estamos a ver nascer exige, segundo o fundador de Taizé, um esforço de unidade entre os cristãos. Falando de um Continente marcado por décadas de incompreensão, guerras e conflitos, o Irmão Roger considerou que o actual momento histórico é o ideal para construir a paz. “Comecemos então por nós, cristãos”, foi o desafio que lançou.
“Hoje em dia, as divisões entre cristãos, antigas mas também novas, levantam uma interrogação mais premente do que nunca. Já não é possível adiar indefinidamente a comunhão entre os cristãos. Se todos pudessem deixar crescer no seu coração um desejo ardente de vida em comunhão…”, apontou.
O Encontro de Lisboa foi para os milhares de participantes uma oportunidade para fazerem uma experiência diferente de Deus e da Igreja. A comunhão entre cristãos foi apresentada como um contributo fundamental para a construção da paz, principalmente “onde ela é ameaçada pelos conflitos e violências”.O Irmão Roger deixou aos participantes no Encontro Europeus de Jovens um pedido especial: acreditarem que “Deus dirige a cada um de nós um apelo”. “Durante estes dias passados em Lisboa, gostaríamos de procurar aquilo que Deus espera de nós”, assinalou.
Nos vários momentos de oração todos aprenderam que é preciso descobrir o que significa “abrir caminhos de paz e reconciliação nos lugares em que vivemos”. Na 27ª etapa da "peregrinação de confiança através da terra", jovens católicos, protestantes e ortodoxos quiseram deixar claro que “a paz constrói-se também através da oração”. Essa mesma paz permite, depois, “lançar um olhar de esperança sobre o mundo, mesmo se este é frequentemente dilacerado por violências e conflitos".
“Quando jovens, e também menos jovens, tomam a decisão interior de viver para a paz e para a confiança, conseguem fazer das suas vidas uma luz que irradia ao redor”, assegurou o irmão Roger.
Na carta que o fundador da Comunidade de Taizé enviou aos participantes do Encontro de Lisboa, sob o título “Um futuro de paz”, destaca-se a necessidade de dar uma resposta concreta e cristã aos que “aspiram hoje a um futuro de paz, a uma humanidade livre das sombras da violência”.
Uma das frases mais marcantes do Encontro, com direito a uma reflexão a cargo do Cardeal-Patriarca, assinalava que a oração não afasta das preocupações do mundo: "nada há de mais responsável que a oração", escreveu o Irmão Roger na sua Carta aos participantes.“Ao longo de uma vida, surgem frequentemente hesitações e mesmo dúvidas. Podemos então dizer a nós próprios: «Vai em frente! Lembra-te que a inquietação não leva a nenhum lado»”, referia o Irmão Roger numa das orações.
Fonte: ECCLESIA

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