Bento XVI, apresentou ontem,sábado, a cerca de 800 mil jovens de 193 paises, congregados na Vigília das Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ), "a verdadeira revolução", que provém de Deus e que é a única capaz de transformar o mundo. Acolhido com o mesmo entusiasmo com que era acolhido o seu predecessor, João Paulo II, criador destas Jornadas, o recém-eleito Bispo de Roma explicou, falando em cinco idiomas, que os santos "são verdadeiros reformadores".
"Quisera expressar de maneira mais radical ainda: só dos santos, só de Deus, provém a verdadeira revolução, a mudança decisiva do mundo", sublinhou o Papa, ao dirigir-se aos rapazes e raparigas que encheram a explanada de Marienfeld, a aproximadamente 27 quilómetros de Colónia. E entre os santos que propôs aos jovens como modelos de vida, mencionou as figuras de S. Bento, S. Francisco de Assis, S. Teresa D’Ávila, S. Inácio de Loyola, S. Carlos Borromeu, assim como os mais recentes testemunhos de Maximiliano Kolbe, Edith Stein, Madre Teresa de Calcutá e o Padre Pio.
Durante o seu discurso, interrompido sobretudo na segunda parte por muitos aplausos, o Santo Padre recordou que no século XX o mundo foi testemunha de "revoluções cujo programa comum foi não esperar nada de Deus, mas tomar totalmente nas próprias mãos a causa do mundo para transformar as suas condições". E logo adiantou que "temos visto, deste modo, como um ponto de vista humano e parcial se tomou como critério absoluto de orientação. A absolutização do que não é absoluto, mas relativo, chama-se totalitarismo".
Bento XVI disse que "Não são as ideologias que salvam o mundo", acrescentando que "A revolução verdadeira consiste unicamente em olhar para Deus, que é a medida do que é justo", sendo, ao mesmo tempo, "o amor eterno".
O sucessor de Pedro reconheceu que "se pode criticar muito a Igreja. Sabemos, e o Senhor mesmo nos disse: é uma rede com peixes bons e maus, um campo com trigo e joio", recordando que "O Papa João Paulo II, que nos mostrou o verdadeiro rosto da Igreja nos numerosos santos que proclamou, também pediu perdão pelo mal causado no decurso da história pelas palavras ou pelos actos de homens da Igreja".
"A Igreja é como uma família humana, mas é também ao mesmo tempo a grande família de Deus, mediante a qual Ele estabelece um espaço de comunhão e de unidade em todos os continentes, culturas e nações", reforçou o Papa, que acrescentou: "Aqui, em Colónia, experimentamos como é lindo pertencer a uma família tão grande como o mundo, que compreende o céu e a terra, o passado, o presente e o futuro de todas as partes da terra."
F.M.