O secretário do Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes (CPPMI) defendeu que o turismo tem de ser “social, sustentável e solidário”
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Num artigo escrito para a edição dominical do Osservatore Romano, D. Agostino Marchetto afirma que a oferta turística não se deve orientar “só para os que têm maiores recursos económicos”.
Retomando as ideias centrais da mensagem para o Dia Mundial do Turismo, enviada na semana passada em nome de Bento XVI pelo Cardeal Angelo Sodano, Secretário de Estado Vaticano, o Arcebispo Marchetto assegura que o apelo a um “turismo popular e economicamente sustentável” nasce da “opção da Igreja pela caridade”.“Tem de se conseguir que um número cada vez maior de pessoas, também nos países pobres, tenha acesso ao uso dos meios de transporte para gozar de um pouco de tempo de descanso, como disse o Papa nas suas férias no Vale de Aosta”, escreve secretário do CPPMI.
“Quando propomos um turismo social, queremos olhar em primeiro lugar ao bem comum tanto dos que acolhem os turistas como dos próprios turistas, e assim se vai realizando o sonho de um turismo sem fronteiras, que poderá contribuir paraa criar um futuro melhor para a humanidade”, acrescenta.
Na Mensagem para o Dia Mundial do Turismo, que se celebrará a 27 de Setembro de 2005, Bento XVI defendeu que o sonho de um turismo “sem fronteiras” deve ajudar a criar “um futuro melhor para a humanidade”, sublinhando as exigências éticas que devem estar por detrás desta actividade.
“É importante que todos os que têm responsabilidade neste âmbito (o turismo) – políticos e legisladores, homens de governo e do mundo financeiro – se empenhem em favorecer o encontro pacífico entre as populações, garantindo segurança e facilidade de comunicação”, pode ler-se no documento.
As questões de ética têm merecido atenção especial por parte do Vaticano. No último Congresso Mundial sobre a Pastoral do Turismo, organizado pelo Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes, os participantes manifestaram o desejo de que “os Governos procedam a dar mais ajuda no que concerne à formação moral e humana das pessoas empenhadas no turismo, tendo também em conta as necessidades pastorais”. Um dos instrumentos apresentados para este fim foi o Código Ético Mundial para o Turismo, que a Organização Mundial do Turismo (OMT) provou e que já inspirou a legislação de alguns países.
O Código destaca a contribuição do turismo para o entendimento e o respeito mútuo entre as pessoas e as sociedades. Actividade associada ao descanso, à diversão, à cultura e à natureza, o turismo “deve conceber-se e praticar-se como um meio privilegiado para o desenvolvimento individual e colectivo”, sublinha o documento. Por último, ainda sobre a aplicação dos princípios enunciados no Código, apresenta-se a proposta de um “Comité Mundial de Ética do Turismo”.
Fonte: ECCLESIA