terça-feira, 12 de julho de 2005

Os portugueses e a Matemática

Posted by Picasa Os alunos precisam de ser estimulados pelos professores De quem será a culpa
da aversão à Matemática? Tenho dificuldades em crer que os portugueses sejam, geneticamente, avessos à Matemática, apesar de, há muito, se falar disso. Também os resultados dos exames nos vão dizendo que algo vai mal no reino desta disciplina, que é fundamental à vida. Não há nada do nosso dia-a-dia que possa existir à margem da Matemática. Tudo gira à volta de números e contas, de cálculos e percentagens, de estimativas e problemas, de compras e vendas, em suma, à volta de uma ciência que acompanha o mundo desde o seu nascimento. Por tudo isto, e já não é pouco, temos de estranhar a aversão da maioria dos alunos por esta disciplina. Sei de muitos que não escondem um certo terror por esta cadeira que faz parte da vida académica, em qualquer parte do mundo. Mas não sei se nos outros países também é assim. Ora, se os alunos, por norma, gostam da generalidade das disciplinas e conseguem bons resultados, por que razão detestam a Matemática? Será que já foram feitos inquéritos para ver a causa desta atitude? Onde estão eles? Nos últimos exames do 9º ano, sete em cada dez alunos tiveram negativa a Matemática, isto é, 70 por cento mostraram à evidência que detestam esta disciplina. E não se venha agora dizer que isto aconteceu só este ano, porque estes resultados são frequentes. Então, de quem será a culpa? O normal é acusarem os alunos de falta de estudo, de desinteresse, de serem originários de meios familiares nada favoráveis à aplicação curricular, de ausência de motivações, etc. Ainda se diz que a mudança sistemática de professores cria problemas ao regular ensino/aprendizagem da Matemática, que as turmas têm muitos alunos (o que dificulta um ensino individualizado) e que há falta de material didáctico apropriado. Mas será só isso? Cá para mim, a culpa não será apenas dos alunos nem dessas carências e situações. Também deve haver nas escolas alguns professores sem qualquer vocação para o ensino, sem arte para cativar alunos, sem habilidade para descobrirem os melhores caminhos para os estudantes partirem ao encontro da beleza da Matemática. Sei que tem havido iniciativas interessantes nessa linha. Mas será que não se ficam só por uma ou outra escola, ficando quase todas as outras à margem do que de bom se faz? Gostaria de conhecer outras opiniões. Cá fico à espera. Fernando Martins

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