sábado, 18 de junho de 2005

A DEMOCRACIA tem de combater o racismo e a xenofobia

Realizou-se em Lisboa, hoje, uma manifestação, autorizada pelo Governo Civil, de organizações da Direita radical, de orientação racista e xenófoba. Um Estado democrático, à partida, deve conceder a toda a gente o direito de manifestação, de associação e de expressão, sob pena de negar a sua essência, que é a liberdade de todos os cidadãos, no respeito pelas regras da sã convivência. No entanto, a liberdade de cada um ou de grupos não pode ferir a liberdade dos outros. Isto é, pessoas ou associações que combatem ou agridem essas regras, no dia-a-dia, não podem ter liberdade de acção, porque se tornam perigosas para a sociedade, em geral. De qualquer modo, todos os indivíduos que estão nessas circunstâncias devem ter algumas oportunidades para dizerem o que pensam, cabendo ao Estado e aos cidadãos democratas a obrigação de procurarem esclarecer os pouco dados à democracia, sempre com uma preocupação pedagógica. Ninguém nasce ensinado e há gente que precisa de ser esclarecida. No mundo em que vivemos, marcado por uma globalização que nos torna partícipes da aldeia universal, onde todos os homens e mulheres são iguais, independentemente da cor da pele e das suas convicções religiosas, políticas, culturais e sociais, urge apostar na educação e na formação das pessoas, no sentido de respeitarem os diferentes. Portugal, que foi desde a fundação um país de emigrantes, sendo-o ainda hoje, passou, nos últimos tempos, também a país de imigrantes, situação esta que se torna necessária à sobrevivência da nossa economia, conforme sublinhámos em texto publicado esta semana. Sendo assim, e porque temos mais emigrantes do que imigrantes, importa esclarecer que todos têm direito a uma vida digna. Mais: é preciso dizer que, assim como gostamos que tratem bem os nossos compatriotas no estrangeiro, assim devemos tratar os que escolheram Portugal para viver e para trabalhar. No nosso País, há portugueses de várias raças, devendo todos ser respeitados como iguais. Os portugueses nunca foram só brancos, mas infelizmente há muitos que esquecem esta verdade tão simples. Fernando Martins

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