segunda-feira, 7 de fevereiro de 2005

Que tristeza de campanha eleitoral...

Gostaria de poder aceitar, com alguma naturalidade, a campanha eleitoral em curso, com dois sérios candidatos ao cargo de primeiro-ministro: José Sócrates (PS) e Santana Lopes (PSD). Gostaria, mas tenho dificuldades em pactuar com o ambiente generalizado, entres os candidatos e seus mais directos apoiantes, de ofensas, desafios ridículos, acusações sem nexo, onde muitas vezes se procura atingir a dignidade do adversário, tido como inimigo a abater. Com mais de 30 anos de democracia e com novas gerações no palco da política, é difícil conceber a incapacidade que há para o diálogo e para o confronto de ideias, na apresentação, que é fundamental, dos projectos viáveis de cada partido. Mas de facto é o que se vê. A agravar todo este clima, registamos, com mágoa, o recurso aos velhos hábitos caciquistas, com a arregimentação de pessoas, muitas vezes a troco de umas viagens e de uns comes e bebes, para engrossarem as plateias onde os políticos vão descarregar os seus ataques contra os adversários. Não seria mais bonito que as pessoas fossem livremente aos comícios, assumindo as suas opções partidárias, sem pressões nem desafios pouco dignificantes? Como ainda estamos no princípio, vamos ser optimistas e esperar que tudo se componha até ao dia das eleições, 20 de Fevereiro.
Fernando Martins

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