sexta-feira, 2 de maio de 2025

PADRE CÉSAR - Capelão Militar

O CAPELÃO MILITAR PARAQUEDISTA
QUE SALTAVA À FRENTE PARA DAR CONFIANÇA



HÁ DEZ ANOS, CÉSAR FERNANDES TORNOU-SE PÁROCO DA GAFANHA DA NAZARÉ, APÓS 28 ANOS DE SERVIÇO NAS FORÇAS ARMADAS COMO CAPELÃO MILITAR PARAQUEDISTA, ONDE FOI “PAI” E “COMPANHEIRO” DE MUITOS MILITARES EM MISSÕES INTERNACIONAIS DE PAZ.

César Fernandes, o mais velho de seis filhos de Adelino e Ludovina, nasceu há 72 anos, em Calvão. Aos 12 anos, entrou no seminário local, tendo transitado dois anos depois para o Seminário de Santa Joana em Aveiro. Após a sua formação no Instituto de Ciências Humanas e Teológicas no Porto, em 1979, foi ordenado presbítero na Igreja Matriz de Calvão, iniciando o serviço pastoral na paróquia de Aradas.
Em 1981, foi chamado ao serviço militar, obrigatório para todos os cidadãos portugueses do sexo masculino. César Fernandes foi incorporado nas Tropas Para-quedistas pertencentes à Força Aérea Portuguesa e colocado na Base Operacional de Tropas Para-quedistas Nº 1. Meses mais tarde, foi integrado no 113º curso de paraquedismo na Base Escola de Tropas Para-quedistas em Tancos. Terminado o curso com aproveitamento e regressado à sua anterior Unidade, aí completa os dois anos obrigatórios de serviço militar. Quando terminou esta missão de dois anos, foi surpreendido com o convite do Patriarca de Lisboa, Ordinário Castrense de Portugal, D. António Ribeiro, para ser capelão militar efetivo do quadro de capelães. Abraçou a missão em dois locais - na base militar de S. Jacinto, onde permaneceu 10 anos, e em Tancos, onde desenvolveu grande parte do seu serviço militar, terminando em dezembro de 2007 o seu percurso com a patente de tenente-coronel paraquedista.
César Fernandes realizou cerca de 10 missões internacionais de implementação de paz, acompanhando os vários batalhões de paraquedistas, em geografias como Bósnia, Kosovo e Afeganistão. Como capelão militar paraquedista dava apoio espiritual e emocional, celebrava a missa e aumentava a confiança dos militares, ao entrar também no avião e a ser o primeiro a saltar. O seu papel foi além de capelão, dizendo emocionado: “Fui um pai e um companheiro para muitos militares”.

Os 27 anos dedicados às Forças Armadas deram-lhe não só “amigos eternos”, como “a melhor parte” da sua vida. Aos 56 anos encerrou este capítulo do seu percurso, motivado pelo desgaste físico que obrigou a uma artroplastia de quadril para substituir parte da articulação do fêmur por uma prótese.
Motivado pelo serviço à comunidade, regressou à sua Diocese de Aveiro, tendo assumido a missão de Prior da paróquia da Gafanha da Nazaré, em agosto de 2015. Nessa ocasião, adiantou como desafios pastorais a “humildade, a generosidade, a proximidade e a colaboração, porque o objetivo da Igreja também é o bem do ser humano no seu todo”.
Há uma década que trabalha de “segunda a segunda”. Só no ano passado, as Jornadas Mundiais da Juventude, em Lisboa, conseguiram que agendasse três dias de férias. E se este é o momento que identifica como o mais feliz dos seus últimos dez anos, indica que a pandemia de Covid-19 foi o mais triste. “Foi uma dor de alma ver as igrejas vazias e rezar a missa sem a comunidade cristã. Celebrar as cerimónias pascais sem pessoas marcou-me muito”, recorda.
A sua jornada começa habitualmente às seis horas e meia da manhã com uma caminhada de 50 minutos em Aveiro, onde vive. Às nove já está na Paróquia, a coordenar as várias atividades. Na sua secretária há dossiês, documentos e livros, destacando-se a autobiografia do Papa Francisco que se encontra a ler. Fala do pontificado de Francisco com entusiasmo, elogiando o seu trabalho na renovação interna da Igreja, na sua maior abertura à sociedade e na atenção às periferias da sociedade.
Dez anos depois, e a caminho de completar 73 anos, César Fernandes partilhou já com o Bispo de Aveiro, D. António Moiteiro Ramos, a intenção de “descansar” e “ir para casa”. Revela que quer dedicar-se à família, em particular às suas duas irmãs com quem vive. Sente que é um dever, uma vez que “nunca teve tempo”.
Mas, enquanto o capítulo na Paróquia da Gafanha da Nazaré não se encerra, César Fernandes prossegue a sua missão, que descreve recorrendo às palavras do Santo Padre: “Às vezes, o Pastor vai à frente para orientar o caminho; por vezes está no meio para ser um deles; outras vezes vai atrás para acolher os que estão em último, não deixando ninguém para trás.”Nas suas palavras: “Enquanto aqui estiver quero ser este Pastor.”

NOTA: Transcrito, com a devida vénia, de "ÍLHAVO - revista" da CMI, edição de Março de 2025

quinta-feira, 1 de maio de 2025

Tolentino Mendonça - Quatro tiros no coração

 

Certas manhãs chegava
esmagado pela luz
longo, frívolo, ofensivo
qualquer gesto aludia
a uma espécie de tremor
a tristeza daqueles que não pertencem
a lugar algum

vivia tudo num instante
a solidão, os rancores
as alegrias dos outros
o silêncio do Outono

nunca o amor tocara o seu corpo
com a intensidade do medo
tornou-se parte de um rito
nem perto, nem longe
da palavra justa

ele só pedia
«não me digam nada»


José Tolentino Mendonça


Do livro "A noite abre meus olhos"

quarta-feira, 30 de abril de 2025

Conclave - Cardeal Tolentino

O sonho faz parte integrante do ser humano. Por isso, sonho muito durante o sono e acordado. Tenho sonhos lindos e outros nem por isso. É claro que gosto imenso dos primeiros.
Sonhei, por estes dias, com o conclave para a eleição do novo Papa, onde estará presente o nosso Cardeal Tolentino Mendonça, com quem falei diversas vezes sobre os mais variados assuntos, religiosos e outros. Tenho por ele imensa estima e admiração. Mas também possuo alguns dos seus livros de poesia, mas não só, aos quais recorro frequentemente.
Rezarei por ele e ficarei atento ao decorrer do Conclave.
Sei que o maior obstáculo está na idade. A ser eleito, ficaria na Cadeira de Pedro, na melhor hipótese,  por anos e anos. O que, diga-se de passagem, não seria muito conveniente.
Que o Espírito Santo resolva o assunto, são os meus votos.

Fernando Martins

Gafanhas no Concelho de Ílhavo


 

terça-feira, 29 de abril de 2025

Democracia - Há 10 anos neste blogue


"Não conheço, nem há, por certo, regime democrático que tenha sido de implementação fácil e rápida. Não anda a esse ritmo a capacidade de mudança de mentalidades, interesses e atitudes, nem por ele se deixam conduzir grupos unidimensionais, de direita ou de esquerda. Tudo é difícil se se falar mais de direitos a exigir do que de deveres a cumprir. Não faltam escolhos para a democracia, se esta não for de fachada."

António Marcelino,
Bispo de Aveiro,
de 1988 até 21 de setembro de 2006

E a vida continua


O ontem já passou. Um tempinho de jejum não faz mal a ninguém. E o que é curioso é que nunca me faltou a crença da chegada da energia. Hoje temos sol com fartura e a vida continua.

Olhei e Disparei


 

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