sábado, 21 de dezembro de 2024

Poema de Senos da Fonseca - O relógio não pára



O relógio não pára...

O tempo corre
Neste dia, frio e zangado,
A ria palheteada de prata
Parece cansada
Na sua peregrinação
De tanto correr para o mar.
E eu também cansado
Fico a desouvir o mundo
Onde reina humana expiação.

É frio este entardecer,
Não vale a pena fingir
E rezar por mim.
Não, não o faças.
Cheguei à vida
Porque assim quiseram.
Cheguei a sorrir...
Eu não sei bem se o desejava.
Não sabia que ia cumprir
Um fadário em que me negava
Mais fazer pelos outros
Que por mim não ser.

Hoje sonho
Noite de magia
Em que nascesse de novo;
Não para ser mais o menino
Mas para ser o “Homem”
Que com a palavra derrubasse o muro
Para que por ele passassem
Aqueles para quem não há presente,
E muito menos futuro.

Quereria ainda, antes de partir
Ter a doce ilusão
Uma ilusão do tamanho
Do meu eu
Em que a humana pequenez
Do espoliado revoltado,
Ferisse a «fera» do mundo avultado.

Para que quando a manhã nascesse
Não houvesse ricos nem pobres.
Manhã onde o Homem se afirmasse
Querer ser sem condições
A poder olhar livre, em todas as direcções.

E quando hoje deixasse de ser hoje,
Este obscuro poema
Transformado presépio real
Pudesse mostrar ao mundo:

Afinal sempre há Natal!

Senos da Fonseca

O Inverno está aí


Hoje, 21 de Dezembro, pelas 9h21, começa o Inverno em Portugal. Contudo, nós temos a sorte de beneficiar da uma situação de privilégio, graças à Ria que nos oferece temperaturas mais amenas. Os verões são menos quentes e os invernos menos frios.
Importa, pois, aproveitar esta circunstância para saborearmos a vida com mais tranquilidade, cultivando a ajuda mútua, nas mais variadas circunstâncias. Todavia, com as alterações climáticas notórias nos tempos que vivemos, precisamos de treinar o otimismo.

terça-feira, 17 de dezembro de 2024

Parque Infante D. Pedro

Congratulo-me com esta notícia


"Está concluída a obra de instalação de uma ponte nova junto à Casa de Chá e de requalificação do espaço lúdico a nascente do Parque da Cidade de Aveiro / Parque Infante D. Pedro, a que correspondeu um investimento municipal de 246 mil euros.
A empreitada permitiu reabilitar e adicionar novos equipamentos infantis, bem como consolidar os caminhos, com a reorganização das circulações e dos espaços lúdicos, reforçar a iluminação pública e valorizar os locais de acesso às crianças. Foi ainda substituída a antiga ponte em madeira (que tinha sido encerrada ao público por falta de condições de segurança), por uma nova ponte em madeira, semelhante à anterior.
Em todo o espaço foi feita a plantação de novas árvores, dando continuidade às existentes no Parque Infante Dom Pedro e no Parque dos Amores, diminuindo com isso a clareira existente na zona."
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Nota: Há dias, quando passámos pelo Parque, a Lita lembrou que  haviamos de voltar. Respondi que a última vez que por lá passámos nos deixou tristes, tal era o estado de abandono que se notava. Veio agora a notícia da sua requalificação. Agora sim. Voltaremos.

Um poema de Eugénio de Andrade


PARA DAR

Para dar tenho ainda quatro pedras
de cal, quatro punhados
de neve, quatro rosas
roubadas à espuma das vogais.
Tive noutro tempo um lódão
à porta, nele cantavam
as estações e as aves.
Cantavam afectos, melancolias,
coisas pequenas, leves:
a delícia dos dias.
Cantavam quando a luz rompia,
e quando a luz se esfarelava
inda se ouviam cantar.
Seriam elas?, seria eu?
Ofício triste, o do mar.

A Lita num ambiente que aprecia imenso


 Nota: Arranjo do Google.

Muralhas de Aveiro


Este é o monumento erguido frente à Sé de Aveiro. Trata-se de um trabalho de Álvaro Siza, inspirado nas antigas muralhas da cidade. Como é costume, já mereceu as críticas de alguns aveirenses. Vamos esperar para ver. Que outra forma haveria de trazer para o presente as muralhas que protegeram, há séculos, o povo da cidade?
Cá para nós que ninguém nos ouve, eu gostei. A robustez da pedra e a altura garantem, simbolicamente, a segurança da população. Este mau hábito de se criticar tudo não me parece justo. Álvaro Siza não é um artista respeitado? E não seria muito bom que o nosso povo se debruçasse   sobre o passado das nossas gentes?                        

Santos em Porcelana da Vista Alegre


«“Santos em Porcelana da Vista Alegre”, de Carlos Manuel Teles Paião, está novamente em exposição no Centro de Religiosidade Marítima, em Ílhavo.
Esta coleção de imagens devocionais foi doada ao Município de Ílhavo em julho de 2021, aquando da inauguração do Centro de Religiosidade Marítima, e apresenta-se como uma das mais significativas coleções desta temática, produzidas pela Fábrica de Porcelanas da Vista Alegre.»

NOTA: Das redes sociais.