sábado, 16 de julho de 2022

Carta do Bispo do Porto a Salazar

António Ferreira Gomes, Bispo do Porto (1952-82), escreveu no dia 13 de julho de 1958 uma carta a Salazar, na sequência das eleições fraudulentas em que concorreu Humberto Delgado.
Na sequência dessa carta, o Bispo do Porto foi impedido de entrar no país, ficando exilado 10 anos (1959-1969) no estrangeiro, mas nunca abdicou do título de bispo da diocese do Porto, que legitimamente lhe havia sido concedido pelo Papa.
Depois da morte do ditador, retomou as  suas funções na diocese portuense.

Pode ler a carta aqui

Prevenção dos Fogos - Ainda há muito por fazer

Entrevista de Luís Braga da Cruz
no PÚBLICO


Se a reposta fosse simples, já toda a gente tinha resolvido essa questão... Na Forestis entendemos que colhemos alguns ensinamentos depois de 2017. Há muito mais consciência do risco e outro aspecto muito positivo foi termos feito uma despolitização do fogo florestal. Valorizou-se mais a informação técnica e o ênfase foi colocado na prevenção e vigilância, e não no combate. Também temos de reconhecer que se melhorou o dispositivo da Protecção Civil, a coordenação de meios, a AGIF começou a ter mais competências, os bombeiros especializaram-se. Na Florestis temos 40% das equipas de sapadores-florestais privadas, que estão a fazer um papel muito importante. Tivemos alterações no planeamento do território e houve avanços na política de limpeza das faixas de introdução de combustível e do cadastro simplificado, embora estejamos muito longe do que é necessário.

Constituição para a Igreja

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias


O Concílio Vaticano II constituiu uma verdadeira revolução. Em Outubro de 1962, há quarenta e um anos, o Papa João XXIII inaugurou em Roma o II Concílio do Vaticano, um dos acontecimentos maiores e decisivos do século XX.
Há quem pense e diga que o Concílio Vaticano II é responsável pela presente crise da Igreja. Mas não é verdade. É impossível imaginar o que seria a Igreja Católica e, por arrastamento, o mundo, sem o Concílio. Não é, porém, difícil supor que a Igreja se teria tornado um bloco marmóreo a dar guarida a um museu de coisas religiosas. Quem quiser aproximar-se da situação vá ler os manuais de teologia dogmática, de teologia moral, de direito canónico, de liturgia, por onde estudavam os futuros padres antes do Concílio, e pense, por exemplo, que na década de cinquenta do século XX ainda se proibia às freiras a leitura da Bíblia, ou que estava em vigor o Índex ou catálogo dos livros proibidos aos católicos, onde figuravam não apenas os teólogos críticos, mas também Copérnico e Galileu, Descartes e Pascal, Hobbes, Locke e Hume, a Crítica da Razão Pura, de Kant, evidentemente Rousseau e Voltaire, também Comte, os grandes historiadores Condorcet, Ranke, Taine, igualmente Diderot e D"Alembert com a Encyclopédie e os juristas e filósofos do Direito Grotius, Von Pufendorf, Montesquieu, a nata da literatura moderna, de Heine, Vítor Hugo, Lamartine, Dumas pai e filho, Balzac, Flaubert, Zola, a Leopardi e D"Annunzio, entre os mais recentes, Sartre, Simone de Beauvoir, André Gide... Perante isto, quem não mantiver algum humor fica atónito.

Uma flor para este fim de semana

 

Para este fim de semana, aqui fica uma flor na esperança de que todos possam usufruir de um tempo mais agradável e colorido.

sexta-feira, 15 de julho de 2022

Aveiro turístico

Moliceiros na ria

Forum

Hotel Arcada

Arte Nova

Aventurei-me há dias a dar uma voltinha pelo centro de Aveiro para apreciar a azáfama de um dia normal, já marcado pela onda do turismo. Gente de vária línguas, uns com aspeto de reformados e outros muito mais novos. Olhavam para tudo, comentavam, fotografaram, filmaram e também sorriam. Felizes da vida.
Um casal jovem, com bebé no carrinho, comentava em voz alta. Olhando da ponte-praça para o Forum, disseram: ─ “Que bonito!” E lá veio a fotografia para mais tarde recordar. Depois, fixaram-se nos barcos moliceiros que andavam numa roda-viva para responderem a tanto apetite de viajar pelos canais.
Naquela zona, os comerciantes de recordações, talvez com destaque para os Ovos Moles, afadigavam-se no atendimento. E nas casas de petiscos movimento não faltava. Mesas nas ruas estreitas convidavam ao convívio e a uns refrescos.

Abre a porta e recebe Jesus em tua casa

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Domingo XVI do Tempo Comum

Escutar e decifrar as mensagens que são transmitidas por palavras e silêncios, por gestos e atitudes. E descobrir neles a pessoa e seu estado anímico e espiritual, o seu drama, a sua aspiração silenciada, o seu sonho adormecido.

Jesus continua a sua caminhada para Jerusalém e aproveita para fazer os seus ensinamentos, ora por gestos e palavras, ora por atitudes e parábolas. Acompanha-o o grupo dos discípulos. Avança por cidades e aldeias. Escolhe o ritmo da viagem. Atende a quem o procura e lhe manifesta um desejo. Toma, também, a iniciativa de ir ao encontro de quem quer. Para visitar amigos e fazer confidências. Para descansar e revigorar forças. Seja qual for a razão, Jesus faz, de cada passo, uma ocasião para dar a conhecer algum detalhe da sua mensagem. Lc 10, 38-42.

quinta-feira, 14 de julho de 2022

Fogos Florestais


Os últimos dias têm sido terríveis com as imagens e notícias que nos chegam sobre os dramas vividos em Portugal provocados pelos fogos florestais. Floresta que desaparece, centenas e centenas de bombeiros e outros operacionais em luta desgastante contra o inimigo implacável, casas comidas pelas chamas, gente desesperada, haveres que jamais serão recuperados. Depois do rescaldo, a vida de todos nós vai continuar. Os que tudo perderam talvez fiquem esquecidos sem conseguirem dormir. 
Nos diversos órgãos de comunicação social, não faltam entendidos a debitarem causas e soluções. E não haverá possibilidades, entre os responsáveis governamentais e os diversos especialistas na matéria das mais variadas áreas da ciência e da experiência, de se reunirem para procurarem soluções capazes de acabar com os fogos florestais  de  uma vez por todas?