sábado, 9 de maio de 2009

Como devem os pais proteger os filhos?


No âmbito da Semana da Vida, que decorre de 10 a 17 de Maio 2009, enquadrando o dia 15 de Maio, constituído, universalmente, como Dia Mundial da Família, a Paróquia de Nossa Senhora da Glória – Sé de Aveiro promove uma conferência sobre “Como devem os Pais proteger os filhos?” 
A conferência vai ter lugar no dia 15 de Maio, pelas 21.30 horas, no Centro Paroquial Nossa Senhora da Glória, na Rua Batalhão Caçadores Dez, 67, com entrada livre. Como convidados, vão intervir o Prof. Freitas Gomes, director da Clínica do Outeiro e professor no Instituto Superior da Maia, Faculdade Lusófona do Porto, e no Instituto Superior de Serviço Social do Porto; e o dr. Rui Nunes, Coordenador de Investigação Criminal da Polícia Judiciária.

"Noite" na Barra vai ter aviso contra drogas

Jesus Zing, jornalista, diz, em artigo publicado no JN, que a “Noite” na Barra vai ter aviso contra drogas. Trata-se de uma iniciativa da Fundação Prior Sardo, da Gafanha da Nazaré, dirigida aos frequentadores dos espaços recreativos na Praia da Barra, durante a época balnear .

Os cristãos do Oriente

Quando se fala nos cristãos do Oriente, pensa-se geralmente nos "ortodoxos", que, em 1054, cortaram os laços com o Papa de Roma. Aqui, porém, refiro-me aos cristãos do Médio Oriente e do Egipto, incluindo os arménios, e também os do Iraque, Irão, Turquia, Etiópia. Na sua visita à Jordânia, Israel e Territórios Palestinianos, o Papa encontrará alguns deles, pois também há comunidades católicas. Embora o cristianismo tenha lá o seu berço, o número de cristãos no Médio Oriente é hoje minoritário, rondando os 6 milhões, uns 4% da população da região. Em Israel, são uns 500 000 (8% da população); na Palestina, 54 000 (1,5%); no Líbano, 40% (1 milhão e 400 mil); na Síria, 4% (750 000), no Egipto, 4 a 5 milhões (6%). Segundo a revista l'Histoire (Dezembro de 2008), há 4 milhões na diáspora (Europa, Estados Unidos e Austrália) e uns 6 milhões de cristãos siríacos na Índia. Estas Igrejas, que remontam muitas vezes aos inícios do cristianismo - foi em Antioquia, então capital da província romana da Síria, hoje, na Turquia, que aos discípulos de Jesus foi dado pela primeira vez o nome de cristãos -, caracterizam-se pela língua (frequentemente, o aramaico) e rituais litúrgicos especiais. A sua diversidade deve-se a múltiplos factores: históricos, políticos, teológicos. As controvérsias teológicas e a História - lembrar o Império bizantino, a irrupção islâmica, as cruzadas (a quarta teve efeitos dramáticos, com o terrível saque de Constantinopla), a conquista otomana, a Primeira Guerra Mundial, a queda do Império otomano, o imperialismo europeu, o estabelecimento do Estado judaico em 1948, a invasão do Iraque...) - criaram um mosaico de comunidades para as quais não é fácil traçar linhas claras de identificação. De qualquer modo, ainda hoje, quando por lá passamos, fica-se impressionado com divisões que podem chegar a agressões físicas por causa da ocupação dos "Lugares Santos". Os debates teológicos tiveram lugar nos primeiros séculos, concretamente IV e V, na tentativa de compreender o mistério de Cristo. Como é que Jesus pode ser Deus e homem? O arianismo negou a divindade de Jesus e foi condenado no Concílio de Niceia, convocado pelo imperador Constantino em 325. Os nestorianos reclamam--se de Nestório (381-451), patriarca de Constantinopla, que deu origem ao nestorianismo: afirma que Maria é mãe de Cristo-homem e não mãe de Deus (theotokos). Os coptas são monofisitas, afirmando que Cristo tem uma só natureza - a natureza divina. O monofisismo foi condenado em 451, no Concílio de Calcedónia, que formulou a definição da fé de que em Cristo há duas naturezas - a natureza divina e a natureza humana - que subsistem numa só pessoa, e teve como consequência a formação de Igrejas independentes: coptas, jacobitas, arménios, nestorianos. Nesta história complexa, estão presentes as controvérsias teológicas, mas não se pode esquecer a conquista muçulmana nem as cruzadas. De qualquer forma, os cristãos, cujo estatuto, no Império otomano, estava subordinado à lei islâmica, que os discriminava, mas não os impediu de ocupar cargos importantes, representariam, aquando da Primeira Guerra Mundial, 25% da população total na grande Síria otomana (Síria, Líbano, Palestina actuais). Depois, o século XX trouxe tempos mais sombrios - hoje serão, como disse, uns 4% -, do genocídio arménio ao êxodo em massa do Iraque. Mas, como escreve C. Mayeur-Jaouen, atenção para não reduzi-los a um "estatuto de eternas vítimas"! Têm de ser denunciadas a prática quotidiana de desigualdade e a perseguição a que estão sujeitos, mas também se não pode esquecer as consequências do fim do império otomano nem o "discurso de cruzada" do invasor americano no Iraque. Para o decréscimo do seu número contribuíram também razões demográficas e até mais possibilidades de saída para o Ocidente - 25 000 caldeus (ramo católico) vivem em França. É esperável um contributo positivo da viagem, difícil, de Bento XVI. A paz e o futuro destes cristãos dependem também da capacidade que os Estados da região e a comunidade internacional tenham para formar sociedades pluralistas e democráticas. Anselmo Borges

Um poema de Domingos Cardoso

POVO Cai o sol às chapadas sobre a aldeia E a procissão se alonga, lentamente, Entre a gente apinhada, pura e crente, Olhos no andor que o santo bamboleia. Embalada p’la banda que estrondeia Marca passo a irmandade reluzente Nas suas brancas opas, penitente, Remindo, quase sempre, culpa alheia. São homens que da terra se alimentam E, em suas mãos, os calos representam A nobre identidade... o seu brasão! O orgulho que em mim cresce é grande, é imenso Por ver que a este povo eu já pertenço Desde que ao mundo vim, sobre este chão!... Domingos Freire Cardoso

Crónica de um Professor

IRREVERÊNCIA
A aula iniciara às 8:30, como era a rotina, de mais uma 2.ª feira do seu horário lectivo. Era um bloco de 90 minutos… para começar bem a semana! Depois de um break prolongado do fim-de-semana, para recobrar forças, preparava-se a teacher parar um profícuo trabalho. Apresenta o material da aula, tenta cativar a atenção dos mais obstinados na dispersão mental, envolve-os nos skills que pretende desenvolver, nomeadamente no Speaking e a aula segue o seu ritmo habitual. Observa, com alguma estranheza, que o L.P. se dispersava, se perdia em gestos e movimentos pouco habituais. Era um aluno dedicado, participativo, com alguma puerilidade excedentária para a sua faixa etária e nível escolar. Várias vezes o interpela, no sentido de o chamar à ordem, no intuito de o fazer apreender e aprender os conteúdos daquela lição. Mas… o L.P., evocando na teacher o movimento de longa duração dos discos de vinil do século passado, teimava em manifestar a sua irrequietude. Estava agitado, aos olhos da mestra que já fora até, noutra circunstância, alvo de um seu rasgadíssimo “piropo”! Era uma “música” que não parava de “tocar”, insistente, insistente. Estranhava este inusitado comportamento! Era um modus operandi atípico, nesta criança dócil, viva, só um nisquinho irreverente, mas nada com que uma paciente e experiente professora não pudesse lidar. - Estranho! Cogitava a mestra falando com os seus botões! Noutro aluno, até teria achado normal, não num discente que sabia, até, ter um fraquinho por ela! No fim da aula, sorrateiramente, abeira-se dela e revela o segredo. - Setôra… hoje… portei-me mal… tenho consciência disso! Costumo portar-me bem e como já não me portava mal, há muito tempo… quis recordar o que era isso! A teacher fica desconcertada e um sorriso malicioso aflorou-lhe ao rosto… desvanecendo qualquer indício de irascibilidade. O que lhe perpassou, num relâmpago, foi a expressão muito utilizada pelas mães da Gafanha, no século passado, quando se deslumbravam com as gracinhas dos seus rebentos! - Apetecia-me roê-lo todo! Sem qualquer conotação pedófila (!?)… o que a teacher quis manifestar foi o gozo, o humor que aquela tirada do L.P., havia provocado nela. E… perante isto... que para a teacher é apenas mais uma das suas inúmeras peripécias docentes, resta a sugestão: a próxima canonização a integrar a Hagiografia Portuguesa, logo a seguir ao beato Nuno, deverá ser de um Professor! Merecem, não acham? Não se candidata, pela simples razão – tem o martírio (!!!), mas nem sempre a resignação de santo! E… mais acrescenta… até se disponibiliza a formar a comissão ad hoc, tal como aconteceu para a comemoração do Dia Mundial do Homem. As mulheres… trabalham!!!
Mª Donzília Almeida 08.05.09

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Bento XVI e rei Abdallah II reforçam necessidade de diálogo na promoção da paz e respeito pelos lugares santos

Bento XVI sublinha as suas intenções de “peregrino da paz”, de quem quer “venerar os lugares santos que têm desempenhado uma parte tão importante em alguns dos principais acontecimentos da história bíblica”. No discurso de chegada, o Papa evidenciou a sua motivação espiritual e pastoral na viagem à Terra Santa. O Papa expressou um “profundo respeito pela comunidade muçulmana” e saudou o papel de liderança do rei Abdallah na promoção “de uma melhor compreensão das virtudes do Islão”. Bento XVI recordou a mensagem de Amman (2004), uma das “nobres acções” para “promover uma aliança de civilizações entre o Ocidente e o mundo muçulmano”, contrariando “as previsões daqueles que consideram a violência e os conflitos inevitáveis”. Também o rei Abdallah II, no seu discurso de boas vindas, apontou os esforços para promover a paz no Médio Oriente e no mundo, “incentivando o diálogo inter-religioso, apoiando os esforços para encontrar uma solução justa, evitando o extremismo”. O Papa relembrou ainda os esforços de paz desenvolvidos pelo antigo rei Hussein, pai de Abdallah II. “Que o seu empenho em resolver os conflitos na região continuem a dar frutos num esforço para promover uma paz duradoura e verdadeira justiça para todos aqueles que vivem no Médio Oriente”.
Fonte: Ecclesia

Conferências Primavera: Carlos Borrego falou sobre ambiente

Carlos Borrego, Alexandre Cruz e Francisco Melo, prior da Gafanha da Nazaré
É POSSÍVEL POUPAR ENERGIA SEM PERDER QUALIDADE DE VIDA
Depois de justificar que as areias depositadas na área do Porto de Aveiro resultaram de dragagens necessárias para a manutenção da Ria, Carlos Borrego, professor catedrático da universidade aveirense e presidente do Conselho Directivo do Departamento do Ambiente e Ordenamento, garantiu que há, “efectivamente”, zonas próximas do porto “que têm concentrações de partículas na atmosfera um pouco mais elevadas do que deveriam ter”, mas isso “não é genérico para toda a Gafanha”. O antigo ministro do Ambiente e Recursos Naturais de um Governo de Cavaco Silva abriu o 1.º Ciclo de Conferências da Primavera, ontem, no salão principal da igreja matriz da Gafanha da Nazaré, por iniciativa da paróquia, abordando o tema “Questões Ambientais: Moda ou Urgência?” Antecedendo a intervenção do Prof. Carlos Borrego, actuou o Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré, que apresentou alguns números do seu reportório, com o natural agrado dos que aderiram ao convite da paróquia.
Aspecto da assistência
Sobre a questão das areias depositadas na zona portuária, Carlos Borrego lembrou que a Ria precisa de ser dragada, para não correr o risco de desaparecer. Disse que tem conhecimento dos esforços desenvolvidos pela APA (Administração do Porto de Aveiro), mas não deixou de frisar que, por vezes, os benefícios de uns podem trazer prejuízos a outros. Reclamou o bom senso de saber “até onde é que nós devemos andar sem criar problemas ambientais complicados de resolver”. A propósito de algumas críticas sobre a instalação de certas unidades fabris, Carlos Borrego referiu que temos de olhar os assuntos sem o “fundamentalismo” que muitas vezes as questões ambientais suscitam. Contudo, salientou que “há limites, mas também há muito progresso que pode continuar a existir, desde que adequadamente sejam feitas as intervenções, sem criar problemas ao ambiente”. “Há hoje uma componente tecnológica que tem vindo a reduzir os efeitos que as indústrias têm, quer sobre a humanidade propriamente dita, quer relativamente a alguns recursos que temos disponíveis.” Na opinião do conferencista, se não houver respeito pela natureza, dentro de um século, 67 por cento da costa portuguesa poderão desaparecer, chegando “as praias a Coimbra”, tendo em conta que as temperaturas irão sofrer um aumento até sete por cento. O professor da UA afirmou que “a pobreza é o verdadeiro problema do ambiente, porque o número de pobres não pára de crescer”. Em 2007 havia no mundo 854 milhões de pessoas a passar fome, adiantou. Entretanto, enfatizou o facto de as catástrofes naturais estarem a crescer, década após década, naturalmente pelas ofensas que são feitas à natureza. Nessa linha, sugeriu que os consumidores devem rejeitar os produtos inimigos do ambiente, nunca descurando a obrigação de poupar energia. Sobre a poluição, que temos “o hábito de atribuir sempre aos outros”, o conferencista lembrou que uma simples e pequena pilha, atirada para o solo, pode poluir mil litros de água, se atingir o nível freático.
Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré
Mostrou, com exemplos práticos, que é possível diminuir os consumos “sem perder a qualidade de vida”. Desperdiçamos água e energia eléctrica, poluímos o ar e os solos, ignorando que são bens escassos, esclareceu. “Só perdemos qualidade de vida se não formos criativos”, referiu. Considerou importante e urgente promover campanhas de esclarecimento sobre a poupança nos consumos. Disse que as energias eólica, solar e das marés “não resolvem os problemas da sociedade”, acabando por anunciar que, dentro de 50 anos, a fusão nuclear será a mais viável “alternativa às actuais formas de energia”. As Conferências prosseguem nas restantes quintas-feiras de Maio, pelas 21 horas. Fernando Martins