sábado, 22 de setembro de 2007

ERA DO SENTADO



DEPOIS,
QUEIXEM-SE…


Depois da já longínqua era industrial, veio a era da comunicação. De permeio outras surgiram. E de há uns anitos para cá temos a era do sentado.
Pois é verdade. A era do sentado leva-nos a passar grande parte do dia abancados em qualquer canto. Haverá sempre quem, por temperamento ou por profissão, tenha que andar de um lado para o outro. Mas a norma, que está a generalizar-se, é passarmos grande parte do dia sentados.
Logo de manhã, tomamos o pequeno-almoço à mesa, sentados. Depois, de carro, sentados, arrancamos para o emprego, onde nos espera, a grande maioria das vezes, uma actividade que nos obriga a estar numa (des)confortável cadeira. A seguir vamos almoçar a casa ou a outro sítio qualquer, de carro, mesmo que esse sítio fique a escassas dezenas ou centenas de metros. Comemos sentados e apressados saltamos para o volante. No emprego repetimos a dose da cadeira. E no fim do dia de trabalho, cansados de tanta cadeira, regressamos a casa, onde um sofá nos convida a descansar das agruras do trabalho exaustivo que tivemos durante umas boas horas. Um lanchezito, talvez sentados, e logo a seguir a televisão, sentados, porque noutra posição não se vê bem. Na janta, abancamos mais uma vez e o serão, na televisão, outra vez, ou na Net, vai ser bem vivido na posição já habitual de sentados. Ainda há quem passe pelas brasas num convidativo sofá. Na cama é que estamos, de facto, deitados.
Toda a gente entendida em questões de saúde (cada um de nós tem um pouco de médico e de louco) garante que precisamos de caminhar. O coração, os músculos e os nossos pulmões, que gostam do ar puro, convidam-nos a caminhar. Porém, poucos aderem a essa necessidade.
O Dia Europeu Sem Carros, que hoje se vive, é um convite à mobilidade. Temos, realmente, de caminhar. Quem não caminha arrisca-se a sofrer disto e daquilo. Se não o fizermos, depois não nos podemos queixar.
Boa saúde
F.M.

DIAS POSITIVOS

O PODER DE SCOLARI Mário Soares um dia disse que era patriota sem ser nacionalista. A distinção é tão simples quanto necessária e luminosa. Ser patriota sem ser nacionalista é como alguém reconhecer que os seus pais são os melhores do mundo, sem excluir que outros pais também o sejam para outros filhos. Disse pais, não país. Mas “pátria” vem de “pater”, pai. Depois veio Scolari, e fez o que nenhum político conseguiu, em parte, penso eu, porque estava do outro lado do Atlântico antes de 1974. Quando cá chegou, pôde invocar os símbolos da nação sem ver pairar sobre si próprio os fantasmas da ditadura. Pôs o país a vestir-se de verde e vermelho (apesar de serem “cores que não combinam bem”, como dizia a minha professora primária) e reconciliou-nos com o Hino e Bandeira. O que ele fez na passada quarta-feira, a agressão ao jogador sérvio, mesmo que só tentada, mancha qualquer currículo, embora a memória colectiva seja cada vez mais curta e o povo português esteja disposto a perdoá-lo em troca da qualificação e de uma boa figura na Áustria em 2008. De qualquer forma, gostava de adiantar um elemento em defesa de Scolari. Poucos dias após o Euro 2004, num bairro lisboeta, vi quatro ou cinco crianças de origem africana a cantar o Hino Nacional enquanto brincavam. Pareceu-me evidente: “O poder da selecção na era Scolari”. J.P.F.
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In CV

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Dia Mundial Sem Carros

Casa de Ílhavo. Foto da HERA

À DESCOBERTA
DE PEQUENOS E GRANDES TESOUROS
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Amanhã, sábado, 22 de Setembro, Dia Mundial Sem Carros, será inaugurado mais um percurso realizado no âmbito da parceria CMI-HERA-GEMA. Trata-se do percurso urbano "Cidade de Ílhavo". Um agradável passeio de cerca de seis quilómetros (duas horas de passeio), que será efectuado com o acompanhamento de um guia da HERA, pelas ruas da Cidade, à descoberta dos grandes e pequenos tesouros históricos, artísticos e naturais. O local de encontro será a Rua Direita, em Ílhavo, pelas 16h30.

Para mais informações: http://www.heraonline.org/

Fórum::UniverSal

No CUFC – 10 de Outubro,
às 21 horas


MARÇAL GRILO NO CUFC PARA FALAR SOBRE A EDUCAÇÃO E A UNIVERSIDADE QUE TEMOS E QUEREMOS

Eduardo Marçal Grilo, ex-ministro da Educação e actual admi-nistrador da Fundação Calouste Gulbenkian, vai estar no CUFC (Centro Universitário Fé e Cultura), no próximo dia 10 de Outubro, pelas 21 horas, para falar sobre o tema “Que Educação/Universidade(s) temos e queremos?”. A moderação é do Prof. Catedrático da UA José Manuel Moreira. Trata-se de uma iniciativa aberta a toda a gente, em geral, e a universitários, em particular.
Esta acção insere-se no projecto Fórum::UniverSal, que se desenvolve todas as primeiras quartas-feiras de cada mês, sendo a organização do CUFC e da Fundação João Jacinto de Magalhães / Editorial UA.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Dia Europeu Sem Carros 2007



BOM USO
DOS ESPAÇOS PÚBLICOS

A Câmara Municipal de Ílhavo adere pelo 6º ano consecutivo ao Dia Europeu Sem Carros (22 de Setembro). Queremos manifestar neste dia um gesto renovado de alerta e sensibilização de todos para o bom uso dos espaços públicos das nossas Cidades e do nosso Concelho, com especial atenção para as Estradas.
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Ver programa

Futebol sem adeptos nos estádios

Estádio Municipal Mário Duarte, em Aveiro.
Foto de Stadionwelt.de


ESTÁDIOS DE FUTEBOL ÀS MOSCAS

Ouvi e vi na televisão e li em jornais que o último jogo de futebol entre o Beira-Mar e o Penafiel teve apenas 600 espectadores. Consultado um jornalista amigo que esteve lá, não terão sido 600, mas cerca de dois mil adeptos do futebol. O estádio, confirmou-me, só enche com o Benfica, Porto e Sporting. Normalmente tem pouca gente a assistir aos jogos, sendo certo, referiu o meu amigo, que o Beira-Mar, mesmo assim, ainda é dos que têm maior assistência, depois dos grandes. Disse-me, também, que em Aveiro há um certo divórcio entre os aveirenses e o Beira-Mar, por razões difíceis de compreender. Agora na Divisão de Honra, a situação tende a piorar.
Isto tudo leva-me a dizer que algo vai mal e que a megalomania cometeu erros clamorosos. Como é possível avançar-se para um estádio destes, em Aveiro como noutras cidades, quando é conhecido que não haveria garantias de grandes assistências nos jogos, que justificassem as muitas despesas? Será que o Estádio Municipal de Aveiro foi feito simplesmente por vaidade, isto é, para termos a honra de assistir a uns três jogos do Europeu de Futebol, sabendo-se que a seguir iria ficar às moscas? Para despesas tão grandes, não seria bom proceder-se a estudos que explicassem a viabilidade do projecto? E agora, quem paga as despesas de manutenção, que estão, segundo me informaram, na ordem dos 500 mil euros por ano?
Isto de se gastar, para além das posses de cada um, nunca deu bom resultado. E se soubermos, como todos sabemos, que há inúmeras carências, em tantos sectores da sociedade, então mais temos que pesar bem onde se gasta o dinheiro e como.

Jacinta


CANTORA DE JAZZ JACINTA
CONTINUA EM GRANDE
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O PÚBLICO de hoje apresenta a cantora de jazz Jacinta, a propósito do seu último CD com músicas de Zeca Afonso. Porque a admiro e porque sei que muitos dos meus amigos também vibram, como eu vibro, com os seus êxitos, aqui divulgo a entrevista que ela concedeu ao diário de referência que leio, normalmente, todos os dias.
Uma página inteira, no segundo caderno, pode ser lida no PÚBLICO online, em Cultura.