domingo, 3 de março de 2024

Gafanha da Nazaré - Rua Heróis de Angola

A eclosão da Guerra em África, no ano de 1961, levou muitos portugueses aos diversos teatros de operações nas então Províncias Ultramarinas - Angola, Moçambique e Guiné. 
A propaganda do Estado Novo difundia que os militares em serviço no Ultramar realizavam uma “missão de soberania” e lutavam contra “terroristas” que atentavam contra a integridade da Pátria. 
Durante o Estado Novo, e como forma criar uma ligação com os territórios ultramarinos e a metrópole, atribuíram-se diversos topónimos relacionados com figuras e locais que evocassem o contexto colonial português. Muitos destes topónimos surgiram também como uma forma de homenagem aos militares que participaram no esforço de guerra.

sábado, 2 de março de 2024

Sabedoria de Salomão

Sabedoria de Salomão - Figueira da Foz 

Segundo a tradição, Salomão superava todos os filhos do Oriente e do Egipto. A Bíblia conta que o próprio Javé proporcionara “um coração sábio e entendido”, o que deve ser interpretado como a assunção, por parte do rei, da “lei de Deus”, pelo que os seus julgamentos foram sempre apresentados como o paradigma da retidão e da justiça.

Postais Ilustrados - AVEIRO - 85

XIV EXPOSIÇÃO  FILATÉLICA NACIONAL 



AVEIRO NOS PRINCÍPIOS DO SÉC. XVIII

Painel de azulejos existente na Estação dos Caminhos de Ferro. Fábrica da Fonte Nova — 1916 (Licínio Pinto)

EFEMÉRIDE: D. Nuno Álvares Pereira


Chegaram à cidade de Aveiro, em 2 de Março de 1961, as relíquias do Santo Condestável, D. Nuno Álvares Pereira, que, nas comemorações nacionais do sexto centenário do nascimento do Herói de Aljubarrota, foram veneradas em todo o país. Em Aveiro, na sé, realizaram-se diversos atos religiosos e cívicos, segundo informou a imprensa local.

Calendário Histórico de Aveiro

Na Igreja, o serviço realista e eficaz

Crónica de Anselmo  Borges 

Quando se fala em Igreja, é difícil não se ser confrontado com uma situação complexa. De facto, ela aparece frequentemente como uma hierarquia soberana e longínqua, que comanda, que proíbe, uma instituição de poder.

Num primeiro momento, a Igreja pode até surgir como uma hiperorganização, tendo à frente um monarca (o Papa), com os seus ministros (cardeais da Cúria romana), e também altos funcionários (núncios ou embaixadores do Vaticano, espalhados pelo mundo, e bispos) e ainda médios e pequenos funcionários (cónegos, padres).
Será assim? Vejamos. A palavra igreja em português (iglesia em castelhano, église em francês) vem do grego Ekklesía. Ora, a Ekklesía era a assembleia do povo. No alemão (Kirche), no inglês (Church), etc, a origem é outra: Kyrike (forma popular bizantina), com o significado de “pertencente ao Senhor” (Kyrios, em grego) e, por extensão, “casa ou comunidade do Senhor”. De qualquer modo, na dupla etimologia, a Igreja, no Novo Testamento, significa a assembleia daqueles que acreditam em Jesus, que crêem nele como o Messias e se tornaram seus discípulos, querendo segui-lo, fazendo durante a vida o que ele fez e confiando nele na própria morte, esperando também a ressurreição. A Igreja desde o início considerou-se a si mesma como a assembleia dos fiéis a Cristo, dos que pertencem ao Senhor: o sinal dessa pertença é o baptismo e reuniam-se, celebrando, na Ceia, a sua memória, “até que ele venha”.

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

Eugénio de Andrade — CALCEDÓNIA

                             

CALCEDÓNIA


Afinal os romanos eram
como eu: amavam
os lugares onde a grandeza
e a solidão
andam de mãos dadas.

Eugénio de Andrade

In “POESIA”



Miguel Torga — Dunas da Gafanha

Estufa - Gafanha da Encarnação

“É certo que de cada popa se vê um Portugal diferente, conforme a latitude: verde e gaiteiro em cima, salino e moliceiro no meio, maneirinho e a rilhar alfarroba no fundo. Camponeses de branqueta e soeste a apanhar sargaço na Apúlia, marnotos a arquitectar brancura em Aveiro, saloios a hortelar em Caneças, ganhões de pelico a lavrar em Odemira, árabes a apanhar figos em Loulé. Metendo o barco pela terra dentro, é mesmo possível ir mais além. Assistir, em Gaia, à chegada do suor do Doiro, ver transformar em húmus as dunas da Gafanha, ter miragens nos campos de Coimbra, quando a cheia afoga os choupos, fotografar as tercenas abandonadas do Lis, contemplar, no cenário da Arrábida, a face mística da nossa poesia, ou cansar os olhos na tristeza dos sobreirais do Sado. Mas são vistas… Imagens variegadas dum caleidoscópio que vai mudando no fundo da mesma luneta de observação.”

Miguel Torga

In PORTUGAL