Quantas vezes na minha vida de menino e jovem participei numa cena semelhante! A alegria do abraço do meu pai, Armando Grilo, que evoco hoje com imensa ternura e saudade.
quinta-feira, 9 de novembro de 2023
Uma súplica...
A chuva e o frio ainda antes do inverno obrigam-me a pedir ao Sol que, depois de mergulhar no mar, regresse com o seu calor tão desejado nesta altura.
quarta-feira, 8 de novembro de 2023
Que hei de dizer?
Umas horitas fora de casa, em hospital e outros assuntos, com o ramerrão da vida a ocupar-me, ruas e ruelas, lojas e gente por todo o lado, o costume. Chego a casa, descanso normal. Acordo, abro a TV e ouço um estrondo: António Costa pediu a demissão. Quem havia de dizer.
António Costa, porventura o nosso político com mais experiência e bem conhecido na Europa, e não só, demite-se do Governo. Há em curso investigações. Depois, ou fica livre por nada se provar, ou terá de prestar contas à Justiça e ao País.
O problema é que, até tudo se averiguar, muita água vai passar pela nossa Ponte da Cambeia.
NATAL já vem a caminho
O Natal é sempre um desafio à nossa imaginação e criatividade para o celebrar. O comércio, sabendo disso, antecipa-se a falar dele. E nós, sem imaginação, deixamos passar a carruagem e não fazemos nada.
segunda-feira, 6 de novembro de 2023
CURIOSIDADES — Os anhos da Gafanha

«Os anhos da Gafanha são muito apreciados, pelo sabor agradavel e especial da carne.
Não ha alli arvores fructiferas nem vinhas, porque a camada de terra productiva, pela sua pequena profundidade, lhes não permite crescimento.
São denominados gafanhões os habitantes da Gafanha, a seu typo physionomico denuncia feicão árabe, os homens são robustos e de boas fórmas, e as mulheres de mediana estatura, mas cheias e vigorosas. São de caracter expansivo e indole benevola. É raridade o casamento de um gafanhão, homem ou mulher, fora da colonia, que talvez por isso conserva immutavel a sua feição primitiva. Cada nova casa edificada é signal de que um novo casal se estabeleceu. Há alli duas capelIas, modestas, mas decentes, edificadas e consagradas ao culto, à custa da colonia.
Em junho do anno passado vivia, e talvez viva ainda, a matriarcha d'aquelIa povoação. Chamavam-lhe a tia Joanna e parecIa que, embebecida no fumo do seu cachimbo, se deslembrava da conta do tempo abrangido pelos seus 90 janeiros. É a idade que nos disseram deveria ter.»
Nota: De um texto de António Gomes da Rocha Madail publicado na revista “Aveiro e o seu Distrito”, n.º 2 de 1966,
domingo, 5 de novembro de 2023
Os velhos são fontes de saberes?
Com o tempo que temos só em casa é que me sinto bem e seguro. Contudo, fico melhor se recebo a visita de familiares. Foi o caso de hoje.
A família, sobretudo, e os amigos são uma riqueza indesmentível. As conversas dão ânimo, e com elas muito aprendemos, mas também damos a nossa achega a quem nos rodeia. Nessas alturas, aliás, partilhamos conhecimentos e ficamos mais ricos, sobretudo se soubermos ouvir.
Hoje foi um dia desses. Todos mais novos, com saberes variados próprios dos tempos atuais, das escolas e das famílias, enriquecidos por uma comunicação social multifacetada e em permanente atualização, direi melhor, em direto. Dizem que os velhos são fontes de saberes. Talvez, porém, nem sempre.
Estamos a assistir a um triste e lamentável espetáculo, a guerra devastadora no Médio Oriente, onde todos os beligerantes acabam por perder. Mortes em número incalculável e destruição total de aldeias, vilas e cidades. E de quem será a culpa? De todos. Falar de reconstrução será impensável?
Se me Aparto de ti, Deus da Bondade
Se me aparto de ti, Deus da bondade,
Que ausência tão cruel! Como é possível
Que me leve a um abismo tão terrível
O pendor infeliz da humanidade!
Conforta-me, Senhor, que esta saudade
Me despedaça o coração sensível;
Se a teus olhos na cruz sou desprezível,
Não olhes para a minha iniquidade!
À suave esperança me entregaste,
E o preço de teu sangue precioso
Me afiança que não me abandonaste.
Se, justo, castigar-me te é forçoso,
lembra-te que te amei, e me criaste
para habitar contigo o Céu lustroso!
Marquesa de Alorna,
in "Rosa do Mundo"
Nota: Uma certa nostalgia convidou-me a ler poesia. O livro "Rosa do Mundo" — 1919 páginas, 2001 poemas para o futuro — merece uns serões para deleite de quem gosta de refletir.
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