quarta-feira, 8 de novembro de 2023

Que hei de dizer?


Umas horitas fora de casa, em hospital e outros assuntos, com o ramerrão da vida a ocupar-me, ruas e ruelas, lojas e gente por todo o lado, o costume. Chego a casa, descanso normal. Acordo, abro a TV e ouço um estrondo: António Costa pediu a demissão. Quem havia de dizer. 
António Costa, porventura o nosso político com mais experiência e bem conhecido na Europa, e não só, demite-se do Governo. Há em curso investigações. Depois, ou fica livre por nada se provar, ou terá de prestar contas à Justiça e ao País. 
O problema é que, até tudo se averiguar, muita água vai  passar pela nossa Ponte da Cambeia.

NATAL já vem a caminho


 O Natal é sempre um desafio à nossa imaginação e criatividade para o celebrar. O comércio, sabendo disso, antecipa-se a falar dele. E nós, sem imaginação, deixamos passar a carruagem e não fazemos nada. 

segunda-feira, 6 de novembro de 2023

CURIOSIDADES — Os anhos da Gafanha

«Os anhos da Gafanha são muito apreciados, pelo sabor agradavel e especial da carne.
Não ha alli arvores fructiferas nem vinhas, porque a camada de terra productiva, pela sua pequena profundidade, lhes não permite crescimento.
São denominados gafanhões os habitantes da Gafanha, a seu typo physionomico denuncia feicão árabe, os homens são robustos e de boas fórmas, e as mulheres de mediana estatura, mas cheias e vigorosas. São de caracter expansivo e indole benevola. É raridade o casamento de um gafanhão, homem ou mulher, fora da colonia, que talvez por isso conserva immutavel a sua feição primitiva. Cada nova casa edificada é signal de que um novo casal se estabeleceu. Há alli duas capelIas, modestas, mas decentes, edificadas e consagradas ao culto, à custa da colonia.
Em junho do anno passado vivia, e talvez viva ainda, a matriarcha d'aquelIa povoação. Chamavam-lhe a tia Joanna e parecIa que, embebecida no fumo do seu cachimbo, se deslembrava da conta do tempo abrangido pelos seus 90 janeiros. É a idade que nos disseram deveria ter.»

Guerra Leal

Nota: De um texto de  António Gomes da Rocha Madail publicado na revista “Aveiro e o seu Distrito”, n.º 2 de 1966,

domingo, 5 de novembro de 2023

Os velhos são fontes de saberes?

Com o tempo que temos só em casa é que me sinto bem e seguro. Contudo, fico melhor se recebo a visita de familiares. Foi o caso de hoje.
A família, sobretudo, e os amigos são uma riqueza indesmentível. As conversas dão ânimo, e com elas muito aprendemos, mas também damos a nossa achega a quem nos rodeia. Nessas alturas, aliás, partilhamos conhecimentos e ficamos mais ricos, sobretudo se soubermos ouvir.
Hoje foi um dia desses. Todos mais novos, com saberes variados próprios dos tempos atuais, das escolas e das famílias, enriquecidos por uma comunicação social multifacetada e em permanente atualização, direi melhor, em direto. Dizem que os velhos são fontes de saberes. Talvez, porém, nem sempre.
Estamos a assistir a um triste e lamentável espetáculo, a guerra devastadora no Médio Oriente, onde todos os beligerantes acabam por perder. Mortes em número incalculável e destruição total de aldeias, vilas e cidades. E de quem será a culpa? De todos. Falar de reconstrução será impensável?

F. M.

Se me Aparto de ti, Deus da Bondade


Se me aparto de ti, Deus da bondade,
Que ausência tão cruel! Como é possível
Que me leve a um abismo tão terrível
O pendor infeliz da humanidade!

Conforta-me, Senhor, que esta saudade
Me despedaça o coração sensível;
Se a teus olhos na cruz sou desprezível,
Não olhes para a minha iniquidade!

À suave esperança me entregaste,
E o preço de teu sangue precioso
Me afiança que não me abandonaste.

Se, justo, castigar-me te é forçoso,
lembra-te que te amei, e me criaste
para habitar contigo o Céu lustroso!

Marquesa de Alorna, 

in "Rosa do Mundo"


Nota: Uma certa nostalgia convidou-me a ler poesia. O livro "Rosa do Mundo" —  1919 páginas, 2001 poemas para o futuro — merece uns serões para deleite de quem gosta de refletir. 

sábado, 4 de novembro de 2023

Perante o horror, o silêncio de Deus

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias


Actualmente, porque, com a televisão, temos acesso às imagens, talvez seja sobretudo perante os horrores das guerras que se pode ficar estarrecido perante o silêncio de Deus. São bombardeamentos que não deixam pedra sobre pedra, que matam indiscriminadamente homens, mulheres, crianças, e ficamos esmagados sobretudo pela dor, o clamor, as lágrimas, a desorientação das crianças inocentes. Onde está Deus?
Joseph Ratzinger, chamado aos 17 anos para o serviço militar do Reich, foi desertor e prisioneiro dos americanos. Já Papa Bento XVI, como já aqui escrevi, esteve em Auschwitz e fez um discurso dramático e deveras emocionante: "Tomar a palavra neste lugar de horror, de crimes contra Deus e contra o ser-humano sem precedentes na História, é quase impossível, e é particularmente difícil e deprimente para um cristão, para um Papa que procede da Alemanha. Num lugar como este faltam as palavras; no fundo, só há espaço para um atónito silêncio, um silêncio que é um grito interior para Deus: Por que te calaste? Por que quiseste tolerar tudo isto? Onde estava Deus nesses dias? Por que se calou?"

sexta-feira, 3 de novembro de 2023

Centenário da morte de José Estêvão

3 de novembro de 1962

Nos dias 3 e 4 de novembro, Aveiro comemorou o primeiro centenário da morte de José Estêvão Coelho de Magalhães, com diversos atos públicos, entre os quais a edição de uma coletânea de trechos de alguns dos seus discursos e escritos.

In Calendário Histórico de Aveiro 

Foto de uma coletânea de textos 

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