quarta-feira, 10 de maio de 2023

AVEIRO - Fim das obras na Av. Dr. Lourenço Peixinho

Inauguração no próximo sábado


"Ainda se ouvem máquinas a trabalhar no troço final da Avenida Dr. Lourenço Peixinho, junto à estação de comboios de Aveiro. A poucos dias da grande festa de inauguração - acontece no sábado -, plantam-se as últimas árvores e ajeitam-se as floreiras, cumprindo aqueles que serão os últimos retoques da empreitada iniciada em finais de Agosto de 2020. Foram quase três anos com cortes e alterações ao trânsito, que deixaram más memórias a quem tem negócios na principal artéria da cidade. Resta a esperança de que a requalificação traga mais gente para rua e, consequentemente, mais negócios."

Escreveu Maria José Santana PÚBLICO 

O Padre Georgino já está no seio de Deus

Os seus escritos pautaram-se por uma sensibilidade marcada por uma atenção ao mundo e à época em que viveu, realçando em cada momento as convicções que o definiam como crente, mas ainda como cidadão comprometido num mundo melhor, fundamentalmente aberto à paz, à fraternidade e à justiça social.

O Padre Georgino Rocha, colaborador do meu blogue há anos, faleceu na Casa Sacerdotal, onde residia, deixando em quantos o conheciam e com ele lidavam uma memória riquíssima, aberta e atenta aos homens e mulheres do nosso tempo.
Estranhando a falta das suas reflexões que semanalmente me enviava, telefonei-lhe e senti então, pela sua voz fragilizada, que o meu amigo de longa data não estava bem. Tranquilizei-o com a nota de que escrevesse quando pudesse. E fiquei à espera.
O Padre Georgino, como pessoa culta e de fé esclarecida, assumiu, por isso, o propósito de formar, informar e esclarecer os seus leitores através do que dizia, escrevia e publicava. Quem leu as suas reflexões e crónicas no meu blogue e nos jornais, quem saboreou os livros que publicou, abordando temas de âmbito eclesial, mas não só, compreenderá que o Padre Georgino sempre pugnou por uma pastoral de mudança na Igreja, mais aberta ao futuro de um mundo que tende a descristianizar-se.
Os seus escritos pautaram-se por uma sensibilidade marcada por uma atenção ao mundo e à época em que viveu, realçando em cada momento as convicções que o definiam como crente, mas ainda como cidadão comprometido num mundo melhor, fundamentalmente aberto à paz, à fraternidade e à justiça social.
A faceta de professor, que na qualidade de aluno posso testemunhar, enriqueceu-me não só pelo que explicava, mas ainda pelas pistas de pesquisa que sugeria. E a sua postura como cidadão identifica em cada momento um homem bom, aberto ao diálogo e ao testemunho da fé que o animava.
Que Deus o acolha no seu regaço maternal.

Fernando Martins

Notas:


1 - Os restos mortais do Padre Georgino estarão amanhã, quinta-feira, 11 de maio, a partir das 12h00, na Igreja do Seminário de Aveiro, onde se celebrará a Eucaristia, pelas 14h00. Seguirão depois para Calvão, sua terra natal, onde terá lugar o funeral, pelas 17h00;

2 - Sobre o Padre Georgino ler mais aqui

P.e Georgino está no aconchego de Deus


Fui surpreendido há momentos pela notícia da partida do P.e Georgino Rocha para o aconchego maternal de Deus, que ele tanto amou. Logo mais voltarei à dolorosa notícia.

“Culto a Santa Joana” em consulta pública

"Culto a Santa Joana” poderá ser declarado
Património Cultural Imaterial


Foi publicado no Diário da República, no passado dia 5 de maio, uma semana antes do feriado municipal, o anúncio relativo à consulta pública para efeitos de inscrição do “Culto a Santa Joana” no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, emitido pela Direção-Geral do Património Cultural.
O processo de consulta pública tem a duração de 30 dias, estando os elementos do respetivo processo disponíveis para consulta em linha através do sistema MatrizPCI (http://www.matrizpci. dgpc.pt/), sistema de informação de suporte ao Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial.
A Direção-Geral do Património Cultural decidirá sobre o pedido de inventariação do “Culto a Santa Joana” no prazo de 30 dias após a conclusão do período da presente consulta pública.

Fonte: Correio do Vouga

terça-feira, 9 de maio de 2023

CASA DO POVO 一 Primeiros Passos



Há dias, foram convocados os proprietários e agricultores para uma reunião em que se decidia a criação ou não da Casa do Povo. A grande maioria dos presentes pronunciou-se favoravelmente e logo foi formada a Comissão Organizadora que ficou assim constituída:
Presidente 一 Dr. Humberto Rocha; Vice-Presidente 一 Manuel dos Santos Medeiro; Secretário 一 Prof. Salviano Augusto da Silva Conde; Tesoureiro 一 Ângelo Ribau Teixeira; 1.º Vogal 一 José Maria Nunes; 2.ºVogal 一 Gabriel Ribau Nunes.
Os requerimentos da Junta de Freguesia e da Comissão Organizadora, bem como os estatutos da Casa do Povo seguiram já para Lisboa donde se aguarda despacho favorável de sua Excelência o Senhor Ministro das Corporações e Previdência Social.
Espera-se que a Casa do Povo venha proporcionar a todos os agricultores os benefícios da previdência de que estavam tão carecidos.
Além disso, a Casa do Povo terá uma missão cultural que muito contribuirá para a formação de novas mentalidades.

Fernando Martins

Nota: Notícia assinada por mim e publicada no TIMONEIRO de Setembro de 1973.

segunda-feira, 8 de maio de 2023

Ganhar tempo


Casa Gafanhoa de lavrador abastado: 
Construída em adobe, depois azulejada e pintada no interior.

Assim é feito o adobe

Os nossos avós perceberam que sozinhos não podiam chegar longe. Daí a ideia de se entreajudarem nos trabalhos agrícolas, mas não só. Senti isso mesmo quando, menino ainda, vi como os gafanhões partilhavam canseiras, sobretudo nas horas de aperto. Chamavam a isso ganhar tempo. Hoje ajudo eu e amanhã ajudas tu. Era assim nas sementeiras, nas colheitas, mas ainda na construção de habitações para os nubentes. Os adobes eram feitos nas areias brancas, junto à mata da Gafanha.
No dia aprazado, apareciam os que precisassem de ajuda num futuro próximo. Uns queimavam a cal que, misturada com a areia, dava a massa. Outros, com formas de madeira e de colher de trolha, apertavam e alisavam a massa. Eram os adobes que por ali ficavam a secar. Depois de bem secos eram empilhados até à hora de começar a construção da casa.

domingo, 7 de maio de 2023

Os nossos antepassados

Sou do tempo em que a Gafanha da Nazaré era uma moçoila cheia de viço, com os seus 28 anos de vida [nasci em 1938] e com uma grande vontade de se projetar no futuro. Soube mais tarde que os seus pais e avós enfrentaram imensas dificuldades, em luta constante para tornar férteis os solos areentos e esbranquiçados, onde quase nada se criava digno de menção. Mas deles também fiquei a saber que, com trabalho persistente, teimoso, tudo foi possível. Vontade não lhes faltou para ajeitar um berço mais fofo e acolhedor para os herdeiros. E a guerra titânica contra ventos e marés projetou-se no viver e sentir de todos os gafanhões, que hoje se orgulham dos seus antepassados.

Nota: Do meu livro "Gafanha da Nazaré - 100 anos de vida"