Eu reconheço que sou uma pessoa muito caseira. Não tem nada a ver com a idade porque fui sempre assim. A propósito desta minha maneira de ser, até vou recordar um episódio da minha juventude: Um domingo, depois do almoço -- antigamente dizia-se jantar --, os meus pais foram dormir a sesta e o meu irmão, o Armando, também conhecido por Grilo, apelido da família do meu pai, foi dar uma volta de bicicleta. Os meus pais perguntaram-me por que razão eu havia de ficar por ali. Disse-lhes que ia ler. E insistiram, mas eu acabei mesmo por ficar em casa. E acontecia muitas vezes.
Hão de pensar que eu não tinha amigos. Tinha e muitos, mas nem sempre haveria motivos que justificassem sair de casa. Por exemplo, nos dias de hoje há cafés por todos os lados. Nem calculo quantos cafés e similares temos na Gafanha da Nazaré. E outras diversões...
Presentemente, no rescaldo do Covid-19, criei fortes raízes caseiras e sinto-me bem assim. Vou ao quintal, aprecio o arvoredo, saboreio uma tangerina ou laranja, tiro uma fotografias, que não faltam motivos por aqui, como a flor que ilustra este texto E que mais quero para ser feliz?