sexta-feira, 31 de março de 2023
A ARTE DO ENCONTRO E A ARQUITETURA DA RECONCILIAÇÃO
Uma reflexão do Cardeal
José Tolentino de Mendonça
Ao falar das injustiças históricas e dos crimes de guerra na sua encíclica “Fratelli tutti”, o papa Francisco afirma que «é fácil hoje cair na tentação de voltar a página, dizendo que já passou muito tempo e que é preciso olhar para a frente. Não, por amor de Deus! Sem memória nunca se vai para a frente, não se cresce sem uma memória íntegra e luminosa» (n. 249).
Na Nota sobre “Doctrine of Discovery” (publicada hoje pelo Dicastério para a Cultura e a Educação e pelo Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral), a Santa Sé examina atentamente a história da igreja e a sua deplorável associação com a doutrina da descoberta, que foi invocada por várias potências coloniais contra as populações indígenas, em diversas partes do mundo, para justificar a expropriação da sua história e a subvalorização e eliminação das suas culturas.
OS OLHOS DO CÉU CHORARAM
Um poema da Odete Filipe
Os olhos do céu choraram
Lágrimas apressadas,
Lágrimas tristes, magoadas
Trazidas nos braços do vento.
Eram gotas de saudade
Eram sonhos sem idade
Eram fios de prata no tempo.
A chuva molhou o silêncio da noite.
Abriu com mãos ágeis de criança
A arca dos meus segredos
O baú dos meus medos
E deixou-se ficar.
Trouxe com ela a saudade
Das memórias guardadas
Em caixinhas bem fechadas
Dos desejos por contar.
A chuva molhou o silêncio da noite
E fez dos desejos, medos
E dos medos fez segredos
Que continuei a guardar.
E na noite escura e fria
Fiquei de alma vazia
E deixei a saudade entrar.
Odete Filipe
NOTA: Encontrei este poema de que gostei no blog "Convida Saberes", com o qual colaborei durante a sua existência. O poema é de Odete Filipe que não vejo há anos. Gostaria de ter a sua autorização para o publicar, mas não tenho os seus contatos. Uma saudação amiga para a Odete Filipe.
quinta-feira, 30 de março de 2023
RECORDAR É VIVER - 1
FADO
Com a minha mão direita
fiz uma cova no chão
Para enterrar os meus olhos
que tão desgraçados são.
Venho de amar a Jacinta,
de apanhar cevada à mão.
Minha mãe era Jacinta
meu pai era Jacintão.
Oh! Costa Nova do Prado
e pedras do paredão,
e palheiros de S. Jacinto
onde os meus amores estão.
Oh! igreja da Murtosa
feita de pedra morena,
dentro dela ouço missa,
Oh! olhos... que me condena.
Rezo da minha janela
à Senhora das Areias
que me traga o meu amor
que anda por terras alheias.
Adeus Carmo mais ao sul,
E a Encarnação mais ao pé,
Adeus Senhora da Saúde
E Senhora da Nazaré.
In Monografia da Gafanha
Com a minha mão direita
fiz uma cova no chão
Para enterrar os meus olhos
que tão desgraçados são.
Venho de amar a Jacinta,
de apanhar cevada à mão.
Minha mãe era Jacinta
meu pai era Jacintão.
Oh! Costa Nova do Prado
e pedras do paredão,
e palheiros de S. Jacinto
onde os meus amores estão.
Oh! igreja da Murtosa
feita de pedra morena,
dentro dela ouço missa,
Oh! olhos... que me condena.
Rezo da minha janela
à Senhora das Areias
que me traga o meu amor
que anda por terras alheias.
Adeus Carmo mais ao sul,
E a Encarnação mais ao pé,
Adeus Senhora da Saúde
E Senhora da Nazaré.
In Monografia da Gafanha
quarta-feira, 29 de março de 2023
CHAVES - RECORDAR É VIVER
As boas recordações, por mais antigas que sejam, de vez em quando saltam para a nossa vida atual. Acontece a toda a gente. Hoje, por exemplo, houve razões para isso. Quando procurava umas fotos, encontrei estas. Evoco com elas férias que passámos em Chaves. Aqui nas famosas termas flavienses. Naturalmente, bebíamos uns copinhos de água.
terça-feira, 28 de março de 2023
BARCO NO MAR
Quando avisto um barco no mar, apontando para a barra, sou sempre desafiado a esperar pelo resultado.
segunda-feira, 27 de março de 2023
MOLICEIRO SEM MOLIÇO
Sou do tempo dos moliceiros que tinham por função principal, ou única, o transporte do moliço da laguna aveirense. A agricultura da região necessitava dele como de pão para a boca. Os lavradores das Gafanhas usavam-no muito. Os barqueiros chegavam à borda, como então se dizia, descarregavam o moliço e iam oferecê-lo aos lavradores. Acordado o preço e recebido o dinheiro, estabeleciam um sinal — Uma pedra em cima de uma couve; um pau espetado no moliço com um trapo amarrado; etc.— que era colocado no monte, para não haver confusões.
Perdida essa tarefa, começaram a desaparecer da Ria. Uns morriam como coisa inútil. Alguns, porém, mudaram de função. Taxis da ria será a designação correta?
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