O Santo André, navio museu, é um desafio a quem passa pelo Jardim Oudinot. Renovado com gosto, é um digno representante da pesca do arrasto do fiel amigo nos mares da Terra Nova e da Groenlândia. Mas também proporciona panoramas lindíssimos a quem por ele ciranda, sobretudo em dias luminosos.
terça-feira, 23 de agosto de 2022
O Dia Internacional do Tráfico de Escravos e sua Abolição
O Dia Internacional do Tráfico de Escravos e sua Abolição tem lugar a 23 de Agosto. Foi escolhido o dia 23 de Agosto, em homenagem à revolta de escravos de São Domingos em 1791, pondo fim ao sistema de escravidão, que deu lugar à Independência do Haiti. Foi adotado pela UNESCO, sendo celebrado desde 1998.
A escravatura existiu desde sempre no mundo, continuando hoje, aberta ou camufladamente. A nossa história diz que a primeira “partilha” de escravos em Portugal aconteceu sob tutela do Infante D. Henrique, em Lagos, no ano de 1444. Mais de 200 homens, mulheres e crianças foram disputados entre os interessados. Li há muitos anos que o Infante D. Henrique foi o primeiro a escolher a sua quota de um quinto dos escravos, selecionando os que mais lhe convinham. Li ainda que a escravatura vai manter-se no reino até meio do século XIX, apesar de serem do Marquês de Pombal as primeiras leis que impediam a sua importação para o país, uma proibição que não se alargava a outras paragens do Império. Ainda há pouco tempo foi julgado um casal, acusado de manter trabalhadores em regime de escravatura.
Dia Europeu da Memória das Vítimas do Estalinismo e do Nazismo
O Dia Europeu da Memória das Vítimas do Estalinismo e do Nazismo celebra-se a 23 de agosto, desde 2008, quando foi assinada a Declaração de Praga sobre a Consciência Europeia e Comunismo, segundo li no Google. Este dia também é denominado por Dia da Fita Preta, como tributo a todas as vítimas dos regimes autoritários e totalitários. Quem não se lembra das vítimas da PIDE?
Se pensarmos bem, as vítimas dos regimes políticos, democráticos ou não, continuam nos dias de hoje, quando sentimos e vemos autênticos escravos em trabalhos desumanos, violentos e forçados, com salários que mal dão para comer e sem regalias.
segunda-feira, 22 de agosto de 2022
A Gafanha foi à bulha
Para não cair no Esquecimento
S. Jacinto teve medo,
Costa Nova pôs-se a rir...
Ó pinheirais da Gafanha,
botai fora o nevoeiro;
botai fora o nevoeiro;
quero ver o meu amor
que anda no largo de Aveiro.
Em Cancioneiro de Aveiro,
que anda no largo de Aveiro.
Em Cancioneiro de Aveiro,
João Sarabando; 1966
domingo, 21 de agosto de 2022
Eugénio de Andrade - Um poema para este domingo
O mar. O mar novamente à minha porta.
Vi-o pela primeira vez nos olhos
de minha mãe, onda após onda,
perfeito e calmo, depois,
contras as falésias, já sem bridas.
Com ele nos braços, quanta,
quanta noite dormira,
ou ficara acordado ouvindo
seu coração de vidro bater no escuro,
até a estrela do pastor
atravessar a noite talhada a pique
sobre o meu peito.
Este mar, que de tão longe me chama.
que levou na ressaca, além dos meus navios?
Nota: A poesia tem sempre espaço no tempo de férias... e fora delas. Boas férias para todos.
sábado, 20 de agosto de 2022
Dia Internacional do Animal Abandonado
| A nossa Nina |
Celebra-se hoje, terceiro sábado de Agosto, o Dia Internacional do Animal Abandonado. Esta celebração acontece desde 1992 e tem por princípios fundamentais sensibilizar as pessoas para não abandonarem os seus animais, recolhendo e encaminhando os vadios para estruturas vocacionadas para os receberem.
Se é verdade que há gente capaz de estimar os seus animais domésticos, também não falta quem os abandone à sua sorte, por razões nem sempre compreensíveis. Se houver dificuldades económicas, podemos garantir que os animais domésticos são os primeiros a adaptarem-se à nova situação, sem protestos.
Por experiência própria, podemos garantir que os nossos animais, gatos, presentemente, têm alimentação garantida, cuidados recomendados pelos médicos veterinários, nomeadamente as vacinas e a esterilização.
A Nina não nasceu em berço de ouro. Veio num grupo de gatos vadios a quem garantimos água fresca e alimentação a horas certas. Não se deixam apanhar, por mais carinhosa que a Lita se mostre. A Nina, porém, talvez por temperamento mais dócil, aceitou o convite para viver connosco. E cá está sempre à espera de nos sentarmos a jeito para ela dormir uma boa soneca, bem aconchegada.
O Apocalipse, as doze estrelas, Salman Rushdie
Crónica de Anselmo Borges
no Diário de Notícias
No contexto de uma reflexão sobre o Apocalipse, quero sublinhar como decisivo o diálogo inter-religioso, em ordem a evitar uma catástrofe apocalíptica. Por paradoxal que pareça, desse diálogo fazem parte também os ateus - os ateus que sabem o que isso quer dizer -, pois, "de fora", talvez mais facilmente se apercebam da superstição, idolatria, inumanidade, que tantas vezes envenenam as religiões. Voltarei ao tema.
1- O Apocalipse, último livro da Bíblia, anda constantemente associado ao esotérico, à catástrofe, ao fim do mundo... Quem nunca ouviu falar da besta, do dragão, do número 666? Quando se quer aludir a catástrofes, horrores, guerras, fim do mundo, lá vem o adjectivo tenebroso "apocapítico".
Quem quiser uma informação rápida, científica e séria, consulte as páginas que lhe dedicou o grande exegeta Padre Carreira das Neves na obra que escreveu a meu pedido: O que é a Bíblia. A título de exemplo, lá encontrará a explicação para os números: 3 é um número perfeito e o número de Deus; 3+4=7 ou 3x4=12, para simbolizar a plenitude (os dias da criação ou a aliança de Deus, respectivamente), os 144.000 assinalados são o múltiplo de 3x4x12x1.000 - 1.000 é o símbolo da universalidade - e simbolizam o novo povo de Deus. Em sentido contrário, a metade destes números só pode significar o não-tempo de Deus e a sua não-aliança, como é o caso de três e meio e de seis. Assim, 666 é o número da besta, um símbolo numérico do nome e título de Domiciano como imperador. A mulher pode designar a Igreja perseguida, a prostituta ou a noiva do Cordeiro...
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