no PÚBLICO
O Sínodo vai até aos limites, inclui a todos. O Sínodo também é abrir espaço para o diálogo sobre as nossas misérias.
1. Nos grandes meios de comunicação, as notícias sobre a Igreja continuam a insistir, e com toda a razão, nos crimes de pedofilia do clero. No dia 5 deste mês, foi divulgado o Relatório Final, elaborado por uma Comissão independente a pedido da própria Igreja francesa, que analisou um período de 70 anos em França, apresentando números assustadores. Dizem-me que estou a ser ingénuo: para conhecer as verdadeiras dimensões dessa tragédia falta revelar o que se passa no seio de muitas famílias. O que está a acontecer na Igreja, além das medidas para erradicar essa calamidade em todas as dioceses, é, no meu entender, uma autêntica revolução. Não se trata, apenas, de enfrentar algumas questões sectoriais. O que o Papa Francisco tem feito, por sua conta e risco, e continua a fazer, é muito importante. Agora, inaugurou um processo radical. Não quer que a Igreja seja do Papa Francisco, dos cardeais, dos bispos e dos padres. A autoridade não está na cátedra, na mitra, no báculo ou no cabeção dos padres.