terça-feira, 8 de dezembro de 2020

MIRÓ NO MEU SÓTÃO




Miró está no meu sótão com toda a sua desafiante beleza. Está no meu sótão, mas é uma simples cópia em azulejo que a minha filha Aidinha tive a gentileza de me oferecer, há anos, sabendo, como sabe, que eu aprecio a arte. Fosse ele um original e já não estaria aqui para não correr qualquer risco. E é por isso que eu o exibo para os meus amigos poderem ter presente na vida este artista inolvidável, que recuou no tempo para retratar imagens da sua própria infância. 
Bom Dia Santo com arte.

COSTA NOVA EM DIA DE CHUVA

NUVENS FILTRAM A LUZ DO SOL


 

NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO

RAINHA DE PORTUGAL 

D. João IV coroa Nossa Senhora como Rainha de Portugal

Ó Senhora imaculada, silenciosa, 
De sorriso virginal, 
Frescura envolvida na canção formosa 
Do amanhecer inicial. 
Senhora do vestido simples da graça
Que íntima aurora Te deu, 
Florindo, sobre a luz da terra que passa, 
À luz primeira do Céu. 
Senhora, o teu celeste olhar de padroeira 
Floresça em nosso interior, 
Abrindo a senda da pureza verdadeira 
Que nos conduza ao Senhor.

Da Liturgia das Horas para este dia

segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

OUDINOT VISTO POR CARLOS DUARTE


Original registo de Carlos Duarte para nos mostrar o reflexo das palmeiras e não só. Um desafio à nossa ânsia de fotografar o que nos rodeia. A beleza não está somente no aprumado.

domingo, 6 de dezembro de 2020

CARTAZ INTERESSANTE: SOMOS LIVROS

LIVRARIA BERTRAND



 

NATAL E ANO NOVO COM ABERTURAS

Natal e Ano Novo com aberturas. Uma experiência para nos habituarmos a conviver com restrições durante o tempo que for preciso. Ouvi as novidades de um primeiro-ministro sorridente, mas com avisos de que é preciso comportamentos responsáveis. Se as tendências de algumas descidas se mantiverem, tudo bem. Lá mais para diante se confirmará esta decisão do Governo ou se alterará, se tal for necessário.  
Natal já não é só a celebração do nascimento de Jesus Cristo, mas foi adotado como festa da família. Crentes e não crentes revivem os convívios familiares em ambiente festivo, depois de um ano inteiro de lutas e preocupações. É a festa, na minha ótica, mais aguardada e participada do ano, enriquecida com sabores e alegrias que afugentam trabalhos e canseiras dos dias desgastante de um ano inteiro. Depois, reconfortados, voltamos à vida tantas vezes sombria. 
A pandemia alterou profundamente os nossos quotidianos e não se vislumbra um fim que nos liberte de dúvidas e preocupações, apesar do anúncio de soluções assentes na vacinação. 
Inicialmente anunciadas como demoradas, as vacinas aí estão, graças à conjugação de esforços e saberes de cientistas um pouco de todo o mundo. A urgência impunha-se. Contudo, quando se julgava que de um dia para o outro todos seriam vacinados, já se sabe que não é bem assim. E os que estão em situações de risco, pela idade e pela doença, continuarão na terrível posição de espera. Vamos aguardando sem desânimo, mas com muita esperança de que tudo se resolva o mais depressa possível.
Votos de um Natal e Ano Novo que nos ofereçam  dias melhores.

É URGENTE E É POSSÍVEL MUDAR

Crónica de Bento Domingues no PÚBLICO


O “inferno” em que transformámos o nosso planeta não é um destino fatal: poucos com a posse e a dominação devastadora de quase tudo e a grande maioria da humanidade com quase nada. É uma situação absurda.

1. Segundo um conhecido conto judaico, um rabino fez a Deus o seguinte pedido: “Deixa-me ir dar uma vista de olhos pelo céu e pelo inferno.” O pedido foi aceite e Deus enviou-lhe, como guia, o profeta Elias.
O profeta levou o rabino a uma grande sala. No centro ardia um fogo que aquecia uma panela enorme, com um guisado que enchia o ambiente com o seu aroma.
À volta estava toda a gente pronta a servir-se, com uma grande colher na mão. Apesar disso, viam-se as pessoas esfomeadas, macilentas, sem forças, a cair.
As colheres eram mais compridas do que os seus braços, de tal modo que não as conseguiam levar à boca. As pessoas estavam tristes, desejosas e em silêncio, de olhar perdido.
O rabino, espantado e comovido, pediu para sair desse lugar espectral. De inferno já tinha visto o suficiente.
O profeta levou-o então a outra sala. Ou talvez fosse a mesma. Tudo parecia exactamente igual: a panela ao lume, com apetitosas iguarias, a gente à volta com grandes colheres na mão. Via-se que estavam todas a comer com gosto, alegres, com saúde, cheias de vida. A conversa e as gargalhadas enchiam a sala. Isto tinha que ser o paraíso! Mas, como é que se tinha conseguido uma tal transformação?
As pessoas tinham-se voltado umas para as outras e usavam a enorme colher para levar comida a quem estava à sua frente, procurando que a outra ficasse satisfeita e assim acabavam por ficar todas bem!
Mesmo quem acha piada a este conto observa que não se lhe deve pedir demasiado: reproduz uma concepção demasiado simplista, sem interesse num mundo espantosamente complexo. As boas parábolas são paradoxais, enigmáticas e de inesgotáveis leituras.