domingo, 25 de outubro de 2020

O meu irmão faria hoje 79 anos

O meu irmão, o Menino
Se fosse vivo, o meu único irmão de saudosa memória faria hoje 79 anos. Faleceu no dia 27 de Março de 2007. Feitas as contas, deixou-nos com 66 anos. Sobre ele tenho escrito algumas vezes, sempre com uma saudade indescritível. Foi um rapaz do seu tempo e um homem dinâmico e saudável. As mortes nunca são esperadas; muito menos a dele, que gostava muito de viver. 
O meu irmão assumiu o apelido de Grilo do nosso lado paterno. Era o Armando Grilo. O mesmo nome do nosso saudoso pai. 
Curiosamente, o meu irmão celebrava o seu aniversário de nascimento duas vezes: No dia 25, a data real em que veio para a vida; no dia 29, por erro de registo. Mas ele aceitou alegremente esta circunstância. Até dizia com graça e realismo que no dia 25 celebrava com a família e no dia 29 com os amigos. 
À medida que caminhamos para o fim da nossa existência terrena, alimentamos o gosto de reviver o passado. Eu até o faço com prazer, sobretudo se evoco o que vivi com alegria, com prazer, com sentido de responsabilidade, com amor. E neste caso, meus amigos, são os nossos familiares que mais se instalam nos sofás das nossas memórias para conversas intermináveis. 
Até um dia, Menino. Era assim que o tratava. Ele chamava-me Mano. 

Fernando Martins

A azeitona

Uma azeitona por aqui? A que propósito? — perguntarão os meus leitores. Se a publiquei é porque terei alguma razão. E vou contá-la... 
Há anos, a Lita plantou uma oliveirinha no nosso quintal. Era, realmente, uma árvore com pouco tempo de vida. Disse-lhe, então, que jamais comeríamos azeitonas dela porque as oliveiras precisam de muito tempo para frutificarem. E a oliveirinha lá ficou no quintal dando-me a sensação de que estava sempre igual. A Lita, nas horas de rega, nunca esquecia a pequena árvore, adubando-a também ao seu jeito. 
O tempo inexorável foi passando e ontem, ao fim do dia, quando regressou do quintal, a Lita pousou serenamente esta azeitona em cima do papel colorido para sublinhar a sua existência. Então... a oliveira deu ou não deu fruto? — questionou-me ela com o seu sorriso de vitória. 
Um domingo muito  feliz para todos. 

F. M.

Ninguém pode salvar-se sozinho

Crónica de Bento Domingues 
no PÚBLICO


Neste tempo de desorientação 
não é nada enganosa a publicidade que repete: 
cuidar de si é cuidar de todos!

1. Estes não são tempos de euforia. As festas que a pretendem imitar acabam sempre em redobrada tristeza. Às loucuras das guerras e novas ameaças de guerras veio juntar-se a devastação mundial provocada pela covid-19 que, além das pessoas que mata e dos recursos que consome, vai deixar muita gente abandonada à miséria. Por isso, não é nada enganosa a publicidade que repete: cuidar de si é cuidar de todos!
É verdade que o incómodo da máscara, da etiqueta respiratória, da limpeza das mãos, da distância física, etc., é muito irritante. Recorrer a sofismas, para dizer que não está cientificamente demonstrada a eficácia desses cuidados, não passa de um exercício de banal e oca retórica.
Ver em todas as medidas governamentais, que tentam impedir o alastramento da pandemia, um atentado à liberdade e aos direitos humanos é uma reacção que roça a paranóia. O coronavírus não costuma respeitar as nossas reais ou fictícias arrelias.
O bom senso, que não precisa de receita médica, aconselha a boa distância entre o pânico imobilizador e o desleixo fatal. O sentido da responsabilidade, pessoal e social, fica mais barato do que o confinamento ou o internamento hospitalar.
Resta um desafio para a nossa imaginação: como reinventar e multiplicar as manifestações de afecto e de bom humor que anulem o mau distanciamento e a indiferença, sobretudo em datas de reunião familiar, como as do Natal religioso ou agnóstico?

AÇORES - Para evocar a solidão


Aqui, em Salsa,  mora a solidão. Debaixo do céu com mar à vista. Longe do burburinho do mundo e da inquietação da vida. Bom domingo. 

sábado, 24 de outubro de 2020

NATIONAL GEOGRAPHIC - Uma revista para este tempo


Tenho sido injusto com a revista NATIONAL GEOGRAPHIC que entra cá em casa há anos. E contudo, lê-la, mesmo que a correr, é ficar a par de variados estudos e descobertas que, doutra forma, como leitor comum, me passariam ao lado. 
O número referente a Outubro oferece-nos “Um novo olhar sobre os dinossauros — A ciência reconstitui a história e o aspecto destes animais pré-históricos”. Uma boa leitura para estes tempos de recomendável isolamento para pessoas idosos como eu, mas não só. 
A revista não se fica por aí, brindando-nos com outros temas de culturas e povos diversos, dos mais variados e inóspitos recantos da Terra. As ilustrações, em todas as páginas da revista, são duma beleza ímpar.
Com esta referência, pretendo tão-só sugerir a leitura desta revista. Lemos, consciente ou inconscientemente, tanta literatura banal!

Hora de Inverno muda às duas da manhã


Às duas da manhã, voltamos à hora do Inverno. Não se esqueça para não ter problemas. Já estamos habituados. Bom Inverno, com menos frio, alguma chuva e dias tranquilos.

FRATELLI TUTTI. 3 - Uma política sã

Cónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias


 “é necessária uma reforma quer das Nações Unidas quer da arquitectura económica e financeira internacional, para que seja possível uma real concretização do conceito de família de nações.” 

Papa Francisco 

1. É evidente que é necessário defender o princípio essencial da liberdade, mas é igualmente necessário defender os outros dois princípios, o da igualdade e o da fraternidade. É a tríade que tem de estar sempre vinculada: liberdade, igualdade, fraternidade. 
Se toda a pessoa tem dignidade inviolável e, portanto, o direito de viver com dignidade e desenvolver-se e realizar-se integralmente, impõe-se que o Estado não seja apenas o garante da liberdade, nomeadamente da liberdade de empresa e de mercado. Quem nasceu em boas condições económicas, quem recebeu uma boa educação, quem é bem alimentado, quem possui por natureza grandes capacidades..., esses “seguramente não precisarão de um Estado activo, e apenas pedirão liberdade. Mas, obviamente, não se aplica a mesma regra a uma pessoa com deficiência, a alguém que nasceu num lar extremamente pobre, a alguém que cresceu com uma educação de baixa qualidade e com reduzidas possibilidades para cuidar adequadamente das suas enfermidades. Se a sociedade se reger primariamente pelos critérios da liberdade de mercado e da eficiência, não há lugar para essas pessoas, e a fraternidade não passará de uma palavra romântica.” 

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