Artigo de João Gaspar
Padre e historiador
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João Gaspar |
Uma questão que não deixa de espevitar a nossa curiosidade é a de saber a origem das palavras, designadamente os nomes de pessoas e de povoações e o que eles radicalmente significam. Tantos e tantos antropónimos e topónimos, se fossem bem entendidos e bem assimilados, indicariam programas para a vida de pessoas e para a história de povoações.
Aqui e agora, dou a minha opinião sobre o significado da palavra 'Gafanha' e sobre o porquê da sua primitiva e secular aplicação a uma larga zona chã, senão mesmo pantanosa, à beira do mar e da ria. Sem menosprezo de alguém, não me refiro às outras explicações ou hipóteses. Foram elas explanadas pelo padre João Vieira Resende, por Augusto Soares de Azevedo Barbosa de Pinho Leal, por Américo Costa, pelo dr. Joaquim Tavares da Silveira, pelo prof. dr. José Leite de Vasconcelos e pelo padre Manuel Maria Carlos... e agora pelo Cardoso Ferreira.
Em 1853, Pedro José Marques ainda registou o topónimo 'Galafanha' (Diccionário Geográphico abbreviado das oito províncias dos Reinos de Portugal e Algarves, Lisboa, 1853), informando que se tratava de uma zona territorial da freguesia e do concelho de Vagos; nessa ocasião, porém, já vulgarmente de dizia 'Gafanha'. Muito mais tarde, em 1938, Américo Costa, no seu Dicionário {Diccionário Chorográphico de Portugal Continental e Insular - etc, VI volume, editado em 1938) apontou igualmente o mesmo topónimo 'Galafanha', embora remetendo a sua explicação para o étimo 'Gafanha; decerto pretenderia que não se perdesse uma designação que julgava anterior à então corrente e usual.