terça-feira, 4 de agosto de 2020

Algarve - Há 10 anos




Se não posso dar um saltinho até ao Algarve, que para muitos é já ali, contento-me com apreciar registos fotográficos que conservo nos meus arquivos. Há 10 anos andei por lá e gostei particularmente de Albufeira e de praias e outras povoações vizinhas. 
Por vezes, imagino-me nas suas ruas e no museu, nunca faltando paisagens como esta. E já me dou por muito feliz. 
Boas férias para todos.

A queda do rei emérito Juan Carlos

Juan Carlos
«O rei emérito de Espanha, Juan Carlos, vai abandonar o seu país, face à “repercussão pública” causada pelas revelações mais recentes sobre negócios no estrangeiro que vieram aprofundar a crise vivida pela Casa Real. A saída do país do monarca que chefiou a transição para a democracia espanhola marca o fim de uma era.» Esta notícia, que li no PÚBLICO,  já era esperada, face às denúncias de indignidades praticadas pelo rei que havia contribuído para a instauração da democracia no país vizinho, mas o que me chocou mais foi a insensatez de um homem que não soube estar à altura da missão de mais alto magistrado da Espanha. 
Humilhado, saiu de cena, esperando-o um fim de vida sem honra nem glória. Isto acontece a todos os que se julgam acima das leis dos seus países, julgando-se autores do crime perfeito, que realmente não existe. Mais tarde ou mais cedo tudo se descobre. Foi o caso. O crime nunca compensa. 

segunda-feira, 3 de agosto de 2020

Um poema de Miguel Torga


UM POEMA

Um poema, poeta!
É o que a vida te pede.
A fome diligente
Colhe
E recolhe
Os frutos e a semente
Doutros frutos.
Junta à fecundidade
Da natureza
Os frutos da beleza...
Versos grados e doces
Na festa do pomar!
Versos, como se fosses
Mais um ramo, a vergar.

sábado, 1 de agosto de 2020

Costa Nova - Reflexo




Costa Nova - Reflexo - Pelouro do Turismo da C. M. de Ílhavo/Foto de João Menício

NÓS E OS OUTROS

Crónica de Anselmo Borges 


                       


Aí está um tema e um problema sempre presentes, pois o que há é sempre nós e os outros, vivendo e convivendo, enriquecendo-nos mutuamente ou destruindo-nos uns aos outros. A pergunta essencial é então: porque é que se passa tão fácil e rapidamente do encontro mutuamente constituinte e enriquecedor à suspeita, à luta e ataque destruidores?
Na relação sadia com o outro/outros, há dois pressupostos essenciais. Um diz a dignidade inviolável de toda a pessoa humana, independentemente do sexo, da cor, da etnia, da religião... Outro pressuposto é a tomada de consciência de que o outro é sempre outro, igual e diferente. O outro, sempre cultural, pois o ser humano é resultado de uma herança genética e de uma cultura em história, porque é, simultaneamente, tanto do ponto de vista pessoal como grupal e societal, um outro eu e um eu outro — outros como nós e outros que não nós —, é sentido constantemente como fascínio e ameaça.
Há uma visão dupla do outro, que tanto pode ser idealizado como diabolizado, mitificado positivamente ou negativamente. Atente-se na ligação entre hóspede e hostil. Assim, hospital vem do latim hospite, que significa hóspede, também em conexão com hotel. Como ser-no-mundo, o Homem é, logo na raiz, hóspede: somos hospedados no mundo. Mas a palavra está ligada também a hoste, donde provém hostil — também há o hostel. Não nos pedem à chegada a um hotel a identificação, pois não se sabe quem chega por bem ou por mal? E a fronteira, porta de entrada e de saída — em conexão com fronte: a nossa fronte somos nós voltados para os outros, mas ao mesmo tempo ela é limite, demarcação —, não é ao mesmo tempo o espaço de acolhimento e da independência a defender frente ao invasor?

sexta-feira, 31 de julho de 2020

Mês de Agosto, Mês de Férias




Daqui a momentos,  entramos em Agosto, o mês de férias por excelência. Época de praia para muitos e de serra para os que preferem a tranquilidade das montanhas, se não houver fogos florestais que geram o inferno. 
O turismo, que anima a nossa economia, não estará à altura das necessidades do país, por razões compreensíveis. Contudo, a fé de que algo vai melhorar paira no ar neste mês de Agosto, e a imaginação de cada família e de cada pessoa pode ajudar a fazer milagres, descobrindo novas formas de aliviar a cabeça de preocupações e mágoas, estabelecendo o equilíbrio, emocional e físico, tão necessário à vida de cada um e da sociedade que nos envolve. 
Porque férias não será só praia e campo, sugiro leituras, passeios sem ajuntamentos, contactos com a natureza nas suas múltiplas vertentes, envolvências em artes, visitas a museus, visualização de filmes e peças de teatro tão acessíveis a todos nas televisões, mas ainda reflexões que nos estimulem inovadoras formas de estar nas comunidades de que fazemos parte, ajudando quem está mais debilitado ou mais desanimado. 
Sugiro umas passagens pelo parque Infante D. Pedro, em Aveiro, e pelo Santuário de Schoenstatt, na Gafanha da Nazaré. 
Boas férias para todos. 

MMI celebra 83.º aniversário



No 83.º aniversário, o Museu Marítimo de Ílhavo celebra a obra de Cândido Teles, quase um preâmbulo do centenário do artista, em 2021. Nesse âmbito, a 8 de agosto, abre a exposição “Transparências da Ria e do Mar", que resulta da doação, pela família, de 121 obras do primeiro período pictórico do artista ilhavense. Nas redes sociais, o MMI lança “O Homem Tranquilo”, um projeto fotográfico de Alexandre Sampaio, que dialoga com a obra do pintor e escultor Cândido Teles, nas representações que este faz da Costa Nova. 
A 9 de agosto regressam as visitas "Sentidos de Mar", com um percurso pedestre, sobre o tema “Cândido Teles: a Costa Nova como (quase) nunca a viste…” - uma viagem que permitirá redescobrir a praia da Costa Nova pelo olhar do artista ilhavense.
As comemorações de aniversário do MMI ficam também marcadas pela oferta de uma obra, por parte da Associação Amigos do Museu de Ílhavo, que enriquecerá o espólio do Museu e que poderá ser contemplada na sessão comemorativa.

Fonte: MMI