Distingui hoje, na "Fotografia da semana", azulejos da nossa terra, como sinal de interesse para a cultura das Gafanhas. Tenciono fotografar outros quando os topar a jeito nas minhas curtas caminhadas. E pergunto: Haverá algum estudo sobre os azulejos ainda existentes em moradias da Gafanha da Nazaré? Gostaria de o conhecer.
segunda-feira, 20 de janeiro de 2020
Saudades
Moliceiro - Fim sem honra nem glória
Decerto depois de uma vida longa ao serviço dos homens e das paisagens lagunares, o velho moliceiro foi abandonado sem honra nem glória. Assim os objetos e as pessoas... Terminada a beleza, acaba a vida, na opinião de muitos...
domingo, 19 de janeiro de 2020
Despoluir a natureza e a Igreja
Crónica de Bento Domingues no PÚBLICO
Sem o sentido do sagrado, do mistério, sem sabedoria e ética,
consentimos, dia a dia, em degradar a natureza que nos degrada a todos.
Sem o sentido do sagrado, do mistério, sem sabedoria e ética,
consentimos, dia a dia, em degradar a natureza que nos degrada a todos.
1. O poema bíblico da criação, ao celebrar a vitória sobre o caos e ao exaltar a harmonia humana e divina do universo, é fundamental para não desesperarmos dos trabalhos que exige a sua urgente recriação [1].
O desequilíbrio ecológico tem muitas causas. Mas as crenças que exaltam o individualismo, o progresso ilimitado, a concorrência irracional, o consumismo, o mercado sem regras movido apenas pela ganância, tendem a ignorar que não vale tudo. Esquecem que não dispomos de outro universo suplente como alguma imaginação delirante supõe.
Sem o sentido do sagrado, do mistério, sem sabedoria e ética, consentimos, dia a dia, em degradar a natureza que nos degrada a todos. Dispomos, no entanto, de recursos científicos e técnicos para poder dizer que, hoje, pode ser mais harmonioso do que ontem.
As televisões encheram-se de imagens do fogo que, em Portugal no longo verão de 2017, dizimou a floresta em grande escala associada à tragédia da morte de dezenas de pessoas. A destruição em curso da Amazónia, pulmão da humanidade, foi ridicularizada pelo próprio Presidente do Brasil. A Austrália em chamas tornou-se irreconhecível. Como se tornou hábito repetir, sem grande convicção, a crise climática tornou-se a questão incontornável. O próprio Papa a propôs na Encíclica Laudato Si’, que explicita contributos fundamentais sobre a educação ambiental e a conversão ecológica [2]. Lamentavelmente, ainda não penetrou na pastoral constante das paróquias e dos movimentos da Igreja Católica.
Ir visitar os outros é que é o Colégio Diaconal
Encontro anual
“Ir
visitar os outros, tentar perceber como se encontram e convidar para
o evento a viúva e filhas do diácono permanente Arnaldo Almeida,
isto é que é o Colégio Diaconal”, referiu o Pe. Manuel Joaquim
Rocha, Vigário Geral da Diocese, no encerramento do almoço-convívio
dos Diáconos Permanentes, que se realizou na Gafanha da
Encarnação, no domingo, 19 de janeiro. O encontro, ano após ano repetido, evoca o padroeiro
dos diáconos, São Vicente, que é, também, padroeiro de Lisboa.
O Vigário
Geral valorizou o facto de o segundo grupo dos diáconos da Diocese
de Aveiro ter visitado os colegas doentes e idosos, frisando a
importância de os outros grupos procederem do mesmo modo. Disse
que há alguns homens em escola de formação, programada para três
anos, de onde poderão eventualmente surgir vocações para o
ministério diaconal. Ainda informou que o nosso Bispo, D. Manuel Moiteiro, não pôde
marcar presença nesta celebração por razões pastorais, já programadas.
A
Eucaristia, presidida pelo Vigário Geral, foi concelebrada pelo
pároco da Gafanha da Encarnação, Pe. Gustavo Fernandes, e pelo
assistente dos diáconos, Pe. José Manuel Pereira, e nela
participaram 16 diáconos permanentes e esposas, bem como membros da
comunidade local. Foram evocados os diáconos já falecidos, os
doentes e impossibilitados por outras razões.
No
momento próprio, os diáconos permanentes renovaram as promessas
diaconais, assumindo “viver mais intimamente unidos a Cristo”,
configurando-se “com Ele que veio para servir e não para ser
servido”. Comprometeram-se, entretanto, a permanecer fiéis ao serviço
da Igreja, “na proclamação do Evangelho, no serviço do altar, no
exercício da caridade verdadeira e na solicitude por todas as formas
de pobreza”.
O almoço,
num restaurante local, culminou com algumas notas históricas
referentes à Gafanha da Encarnação, incluindo a Costa Nova do
Prado, parte integrante daquela freguesia, sob o ponto de vista
civil.
O diácono
António Delgado, que organizou o encontro-convívio, com colegas e esposas do segundo grupo, mostrou-se
agradado pela forma como tudo decorreu, louvando a colaboração do
seu pároco, Pe. Gustavo, que até conseguiu uma imagem de São
Vicente para estar connosco nesta celebração.
Fernando
Martins
A pessoa e a dinâmica religiosa. 2
Crónica de Anselmo Borges
"A vida é exaltante, mas também é terrível por vezes - traz exigências, dificuldades, opções que exigem algo de heróico"
O Homem tem uma constituição paradoxal. Por vezes, constata que fez aquilo de que se espanta negativamente, erguendo, perplexo, a pergunta: como foi possível eu ter feito isso? - aí, não era eu. Há, pois, o "isso" em nós sem nós, de tal modo que fazemos a experiência do infra ou extrapessoal em nós. Talvez fosse a isso que São Paulo se referia quando escreveu: "Que homem miserável sou eu! É que não faço o bem que eu quero, mas o mal que eu não quero, isso é que pratico." Por outro lado, o Homem dá consigo como sendo mais do que o que é: ainda não é o que quer e há-de ser. Ainda não sou o que serei. Uma das raízes da pergunta pelo Homem deriva precisamente desta experiência: eu sou eu, portanto, idêntico a mim, mas não completamente idêntico, porque ainda não sou totalmente eu. Então, o que sou?, o que somos?, o que é o Homem? O Homem não se contenta com o dado. Quer mais, ser mais, numa abertura sem fim. Exprimindo esta abertura ilimitada, há uma série de expressões famosas: citius, altius, fortius (mais rápido, mais alto, mais forte), o lema olímpico; o Homem é bestia cupidissima rerum novarum (animal ansiosíssimo por coisas novas), dizia Santo Agostinho; Max Scheler definiu-o como "o eterno Fausto", e Nietzsche, como "o único animal que pode prometer"; Unamuno escreveu: "Mais, mais e cada vez mais; quero ser eu e, sem deixar de sê-lo, ser também os outros." Mesmo na morte, o Homem não está acabado, pois é o animal do transcendimento e sempre inconcluído.
sábado, 18 de janeiro de 2020
Av. Lourenço Peixinho - Rostos conhecidos de gente anónima
![]() |
Avenida (foto dos meus arquivos) |
Ontem fui a Aveiro sem pisar os trilhos habituais — grandes superfícies e equiparados. Andei pela Avenida Dr. Lourenço Peixinho, que já foi a sala de visitas da cidade, onde noutros tempos havia as novidades, que não foram nem são, aliás, o meu forte. Há imensos vestígios do passado, mas a modernidade persiste em se impor. E gostei, apesar de tudo. Porém, muito se fala da modernização da Avenida para a restituir ao esplendor de antigamente, mas tudo tarda.
Contudo, o que mais me impressionou não foram as modas, nem os prédios antigos, nem as lojas modernas, nem a gente moça que por ali caminha apressada. O que me suscitou mais atenção foram os rostos de gente anónima e de alguns conhecidos que, sem darem por mim, passavam encasacados com o frio e indiferentes a quem está ou vai de viagem à cata de um café quentinho em qualquer esquina.
Rostos de outrora que mantêm os traços essenciais: os mesmos sorrisos, os mesmo olhares, os mesmos tiques, porventura menos expressivos, mas vivos. É pela avenida que os aveirenses da minha geração mais passeiam; é nos cafés, pastelarias e bares que conversam; outros, olhos perdidos, dão uma vista de olhos ao passado. Regresso a casa com a promessa de que tenho de voltar.
Fernando Martins
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