Reflexão de Georgino Rocha - Domingo II do Advento
"Portugal agradecido proclama-a sua padroeira e rainha, com o título de Nossa Senhora da Conceição e celebra festivamente este acontecimento histórico."
Deus quer salvar-nos fazendo-se um de nós, humanizando-se. Envia o Anjo Gabriel a Nazaré, aldeia da Galileia, a casa de Joaquim e de Ana, para falar com Maria e dar início ao processo. A cena é maravilhosamente descrita por Lucas no seu Evangelho, que pretende sobretudo fazer uma catequese sobre como tudo isto começa. Lc 1, 26-38. A Igreja rememora o facto e celebra a maravilha, canta e exulta de alegria, faz festa e convida-nos a imitar as atitudes de Maria que reorienta a vida para estar totalmente ao serviço de Jesus, que vai nascer. E institui a solenidade litúrgica da Imaculada Conceição que celebramos neste II Domingo do Advento.
Vamos procurar meditar e contemplar alguns detalhes desta festa na perspectiva do Natal.
A resposta de Maria ao convite/apelo que Deus lhe faz, por meio do enviado celeste, para ser a mãe de Seu filho, condensa-se no “seja feito o que Deus quer”. É resposta de entrega total, após diálogo esclarecedor que vence medos, dissipa dúvidas, gera certezas e rasga horizontes de felicidade. É resposta de sintonia perfeita e de inserção plena no projecto de salvação que, desde há muitos séculos, estava em curso. É resposta de confiança absoluta na fidelidade de Deus às promessas da aliança outrora celebrada. É resposta envolvente de quem, como Maria, se coloca nas mãos de Deus e quer servir, livre e generosamente, os agraciados e amados por Ele, a humanidade toda.