domingo, 27 de outubro de 2019

Comissão Paroquial Administrativa

Para memória futura 

Instalação e 1.ª sessão da Comissão
Paroquial Administrativa da Freguesia da Gafanha da Nazaré

«Aos vinte e sete dias do mês de Outubro de mil novecentos e dez, na casa provisoriamente destinada às sessões da Comissão Paroquial da freguesia da Gafanha, concelho de Ílhavo, compareceram os cidadãos abaixo assinados nomeados membros daquela comissão por alvará do Governo Civil de Aveiro com data de vinte e quatro do corrente, e o cidadão Dr. Samuel Tavares Maia, administrador interino do concelho de Ílhavo que lhes conferiu a respectiva posse. Todos por sua honra juraram cumprir com os seus deveres de cidadãos da República Portuguesa e com zelo e patriotismo pugnarem pelo bem desta freguesia seguindo as normas da mais imparcial justiça e procurando por todos os meios ao seu alcance fomentar o desenvolvimento social, intelectual e material dos seus paroquianos. 
Tendo tomado posse os membros efectivos da comissão constituíram-se imediatamente em sessão, nomeando secretário da mesma Manuel Nunes Ribau, e elegendo por escrutínio secreto o seu presidente e tesoureiro, recaindo a eleição respectivamente nos cidadãos José Ferreira de Oliveira e António Teixeira, e deliberando que as suas sessões se efectuarão no primeiro e terceiro domingo de cada mês pelas duas horas da tarde, provisoriamente em casa do vogal António Teixeira. 
E mais nada havendo a tratar foi encerrada a sessão da qual se lavrou a presente acta que vai ser assinada por todos e por mim, Manuel Nunes Ribau, secretário, que a escrevi e assino.» 

O Presidente – José Ferreira de Oliveira 
O Tesoureiro – (em branco) 
O Secretário – Manuel Nunes Ribau 
Jacinto Teixeira Novo 
José Maria Fidalgo 
Manuel Ribau Novo» 

Notas: 

1. O Tesoureiro António Teixeira não assinou esta acta por ter faltado à sessão n.º 2 de 6/11/1910. Veio a falecer algum tempo depois; 
2. Esta Comissão Paroquial dirigiu os destinos da nossa terra desde 27/10/1910 até 31/12/1913; 
3. Em 2 de Janeiro de 1914 tomou posse a primeira Junta da Paróquia da Gafanha da Nazaré.

NOTA: Gostaria de publicar fotos de alguns intervenientes na instalação da Comissão... Se alguém puder ajudar, seria muito bom. 

Anselmo Borges - Três grandes feridas do nosso tempo


1. Todas as épocas têm as suas características, as suas vantagens e os seus perigos e ameaças. O nosso tempo sofre de três grandes feridas que nos levam à inquietação e à incerteza, contribuindo para a solidão, não a solidão habitada, necessária para estar consigo e com os outros na profundidade, mas a solidão do abandono.

2. Essas feridas são, como explica José María Rodríguez Olaizola num belo livro, Bailar com la Soledad, a que já aqui me referi e no qual me inspiro: a do amor, a da morte, a da fé.

2. 1. A ferida do amor.

Hoje, vivemos num mundo no qual o amor na sua permanência se tornou efémero e inseguro. Quem diz hoje, de modo seguro, amor "para sempre"? Quando se olha para as estatísticas, não é antes o "enquanto durar" que está em vigor? Aconselhava-me há dias alguém, por ocasião da celebração dos 50 anos de casamento de uns amigos meus, a que presidi: por este andar, comece a celebrar os 10 anos, os 20 anos de casados das pessoas, porque isto das bodas de prata e de ouro, aos 25 e 50 anos, é cada vez mais raro e a acabar... Como é sabido, Portugal está na frente quanto à percentagem de divórcios (há um divórcio por hora em Portugal) e em Espanha os casamentos duram em média 16 anos...
Razões? Certamente, o aumento da esperança de vida é uma delas: o que antes eram 20 ou 30 anos de casamento agora poderão ser 50. Assim, porque não desfrutar de dois ou três casamentos mais? Por outro lado, numa cultura do descartável, da fuga ao sacrifico e à renúncia e do culto da superficialidade, o que fica é também a incapacidade do compromisso definitivo. Como escrevia uma jovem: "Queremos comprometer-nos um pouco, mas não 100%." E o sociólogo Zygmunt Bauman, referindo-se ao "amor líquido": se estamos continuamente a deitar fora automóveis, computadores, telemóveis ainda em perfeito estado, para os trocarmos por novas versões melhoradas, "haverá porventura uma razão para que as relações de casal sejam uma exceção à regra?" Está aí o paradoxo, ouvi eu pessoalmente Bauman dizer: Por um lado, na presente instabilidade, deseja-se profundamente um amor estável para toda a vida, mas isso é incompatível com a disponibilidade para a abertura a novas oportunidades que apareçam...

sábado, 26 de outubro de 2019

Vivemos num deserto no meio da cidade

Mulher morre há 15 anos 
e só agora foi descoberta

Bairro onde tudo aconteceu

«Isabel Rivera Molina, uma cidadã espanhola, morreu quanto tinha 78 anos, em 2004, mas só esta semana, mais de 15 anos depois, é que o seu corpo foi encontrado no prédio onde residia. O corpo da mulher foi descoberto na tarde desta terça-feira num prédio do distrito de Ciudad Lineal, em Madrid, pelos bombeiros e pela Polícia Nacional, revela o El País.» 

Li no PÚBLICO

NOTA – É impossível ficarmos indiferentes a uma notícia destas. Uma mulher morre e fica 15 anos, segundo os peritos, sem ser descoberta. Vivia num prédio que não passava de um deserto. Vivia num bairro onde ninguém conhecia ninguém. Teria vizinhos que porventura nem se saudavam quando se cruzavam. Se calhar, acontece com muita gente das nossas relações. Meses e meses sem qualquer forma de convívio. Anos e anos sem uma palavra, apesar partilharmos a mesma rua, a mesma igreja, o mesmo clube, o mesmo café. Vivemos num deserto no meio da cidade. Que presente e futuro estaremos a construir?

Mudança de Hora


Apesar de muitos, como eu, preferirem a chamada hora de verão, logo mais ainda voltaremos à dança das horas: Quando forem duas horas teremos de atrasar uma. E ganhamos uma hora. Pode ser que, mais tarde ou mais cedo, se acabe com esta dança.

Atavios e honrarias com cheiro a profano


"Roupagens da história, coladas ao corpo eclesial, nada consonantes com uma Igreja Serva e Pobre, Mãe e Mestra, cuja missão é testemunhar Jesus Cristo. Uma Igreja de irmãos, luz para todas as gentes, aberta ao diálogo salvador hoje e sempre. Os atavios profanos e as honrarias com cheiro profano só complicam, dificultam e dividem, dando da Igreja de Cristo uma imagem do que ela não é, nem pode querer ser."

António Marcelino

Publicado no "Correio do Vouga" e transcrito no meu blogue em outubro de 2009

NOTA: Fala-se muito, presentemente, de luxos, vaidades, residências e carros de luxo, ao lado de honrarias na Igreja que são uma ofensa à mensagem evangélica. Hoje, numa passagem pelo meu blogue, descobri esta denúncia de D. António Marcelino, com data de há 10 anos.  Afinal, pouco ou nada mudou. 

sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Nobres Virtudes


NOTA: Imagem esquecida nos meus arquivos. Desconheço o autor.

Volto ao meu irmão de saudosa memória


O meu irmão, Armando da Rocha Martins, mais conhecido por Armando Grilo, se fosse vivo completaria hoje 78 ano. Feitas as contas, nasceu em 25 de Outubro de 1941 e faleceu em 27 de Março de 2007. 
Sobre ele já escrevi diversas vezes e tenho sempre razões para trazer até ao presente recordações dos tempos em que viveu fisicamente entre nós. Mas se nessa vertente já não vive connosco, espiritualmente permanece firme no meio de nós. 
Nesta data o meu Irmão celebrava o seu aniversário, realmente, mas é oportuno lembrar que ele tinha motivos para fazer mais festa. É que, se é verdade que o seu dia de aniversário tinha no registo familiar o dia 25 de Outubro, também é certo que ele celebrava os seus anos no dia 29. Como assim? — perguntarão. É que o  registo do seu nascimento, no cadastro do Estado, foi feito no dia 29. Coisa simples: Naquele tempo, os registos eram feiro, em Ílhavo, por declaração oral. Daí os erros. 
Curiosamente, ele até brincava com isso: — Celebro com a família no dia 25 e com os amigos no dia 29. Tudo certo. Até um dia, Menino.

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