DOMINGO XXI
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Entrai pela porta estreita |
“Senhor, são poucos os que se salvam?” - pergunta alguém a Jesus que, a caminho de Jerusalém, anunciava a todos a largueza do reino de Deus em aldeias e cidades. Pergunta que brota do mais íntimo do coração humano e que sempre, de forma velada ou clara, vem à consciência e se faz ouvir em público. Pergunta que antecipa o futuro dando um novo sentido ao presente. Pergunta que parece ficar sem resposta, mas não.
Jesus, em vez do número que a pergunta pede, prefere indicar o caminho para alcançar a salvação. “Esforçai-vos por entrar pela porta estreita”, diz como ressonância, segundo a versão de Lucas 13, 22-30. E lembra que muitos tentaram entrar e não o conseguiram. (trata-se de um banquete, símbolo da salvação, que se celebra numa casa de família). O fracasso da tentativa é devido à porta estar fechada por decisão do dono.
“Se é certo que a porta da salvação requer um esforço, ela carece também de algo mais. De facto, tem um senhorio que a pode abrir e fechar. Para entrar, é preciso conhecer o senhorio, ter intimidade com ele, uma boa relação com ele. A salvação é uma questão de relação. Relação que começa, aqui e agora, com o Senhor Jesus e que espera tornar-se comunhão com Ele para sempre. O esforço pedido ao crente também é, então, a salutar inquietação de quem não toma a salvação por garantida pela presença eclesial ou pela assiduidade aos sacramentos (comer e beber na presença do Senhor pode também aludir à eucaristia”), Manicardi.