quinta-feira, 20 de junho de 2019

Lembrar Sophia, lembrar Maria Cecília Correia...

Texto de Sara Reis da Silva 

Sara Reis da Silva 

Além de uma vida familiar intensa entregaram-se ambas à escrita, a uma escrita singular, dedicada, apurada, harmoniosa e reveladora de uma atenção ao outro, de uma sensibilidade muito pessoal. 

Em boa hora e muito por acaso, encontrei-me com a obra Femmes oubliées dans les arts el les lettres au Portugal (XIXe-XXe siècles) (Indigo & Côté-Femmes éditions, 2016), coordenada por Maria Graciete Besse e Maria Araújo da Silva, volume decorrente do Colóquio Internacional homónimo, realizado em Outubro de 2016, na Universidade Paris-Sorbonne (Paris IV) e na Fundação Calouste Gulbenkian-Paris. Em boa hora, sublinho, pela variedade de olhares aí oferecidos, pelos nomes aí evocados, pelas memórias (contra o esquecimento) que aí se registam e pelas reflexões que, a partir das abordagens coligidas, pude encetar e, pouco a pouco, expandir.

2019 é ano de recordar, de acordar a memória, de homenagear e voltar a ler a obra de duas autoras que, por razões distintas, não foram contempladas nos estudos compilados no volume referido: Sophia de Mello Breyner Andresen (2019–2004) e Maria Cecília Correia (1919-1993). Naturalmente e para contento geral, Sophia, escritora distinguida, por exemplo, em 1992, pelo conjunto da sua obra, com o Grande Prémio Calouste Gulbenkian de Literatura para Crianças e, em 1999, com o Prémio Camões, não é uma das “femmes oubliées”. O mesmo, porém, não sucede com Maria Cecília Correia.

Nascidas em 1919, Sophia e Maria Cecília têm percursos de vida e traços literários algo próximos. Além de uma vida familiar intensa, acompanhando sempre os seus maridos (no caso de Maria Cecília, vivendo até um período em África) e os seus filhos (Sophia foi mãe de cinco filhos e Maria Cecília de seis), entregaram-se ambas à escrita, a uma escrita singular, dedicada, apurada, harmoniosa e reveladora de uma atenção ao outro, de uma sensibilidade muito pessoal.

terça-feira, 18 de junho de 2019

"MARIA" e Porto de Aveiro juntos na defesa do território lagunar




Li hoje, no Newsletter do Porto de Aveiro, que vai haver colaboração de duas entidades ("MARIA" e Porto de Aveiro) para a proteção e defesa do território lagunar. Garante-se que os responsáveis pela área portuária têm «uma grande sensibilidade para alguns dos problemas que emergem em zonas interiores da Ria», estando, por isso, disponíveis para «trabalhar na qualificação de espaços que não têm actividade económica e que são, por isso, zonas de fruição pública». Estas informações foram prestadas pela presidente do Conselho de Administração do Porto de Aveiro, Fátima Alves, durante uma reunião solicitada pelo "MARIA" para apresentação de cumprimentos e para esclarecimento dos principais fundadores daquele Movimento.

Georgino Rocha - Festa do Corpo de Deus



DAI-LHES VÓS DE COMER

Jesus dá esta resposta aos discípulos que, condoídos pelo cansaço e pela fome da multidão, querem ver-se livres dela enviando-a para as aldeias mais próximas. É uma resposta de envolvimento directo na busca de soluções e uma denúncia clara de quem quer afastar problemas de consciência. É uma resposta de provocação pois era deserto o local onde estavam e muito exíguas as provisões. É uma resposta promissora de novas realidades que Jesus queria aproveitar para desvendar e confiar aos que iriam continuar a sua missão. Lc 9, 11b-17.
A multidão encantada e ávida dos ensinamentos de Jesus, segue-O incondicionalmente. Os discípulos ansiosos, recém-chegados da primeira experiência apostólica, solidarizam-se com esta gente e confiam nas capacidades já demonstradas pelo Mestre. O próprio Herodes, segundo a narrativa de Lucas, manifesta o desejo de ver e ouvir Jesus. O ambiente social torna-se propício ao Nazareno, e a sua fama honrada vai crescendo e despertando energias adormecidas e expectativas adiadas. É neste contexto que a narrativa de Lucas apresenta o Evangelho da Festa do Corpo de Deus.
A propósito desta festa, o Missal Popular afirma: “A Igreja de coração inundado ainda pelas alegrias pascais e no fervor do Espírito Santo, dá largas ao seu entusiasmo para celebrar numa atmosfera de louvor e de exultação espiritual o Mistério da presença amorosa e operante de Cristo no meio dos homens”. Celebração que reveste muitas formas: da Eucaristia em assembleia dominical à reserva no Sacrário, da adoração do Santíssimo Sacramento à procissão solene nas ruas, da festa da primeira comunhão ao Viático (a quem está na fase terminal da vida terrena).
Lucas, o narrador do relato, adianta um pormenor significativo. O entusiasmo vivido pelos acompanhantes de Jesus contrasta com a realidade ameaçadora pois “o dia começa a declinar”. E depois? Com o declínio do dia, vem a noite propícia a medos e infortúnios. Os discípulos, inquietos, querem prever uma saída e evitar a confusão. Vão ter com o Mestre que os responsabiliza pela busca de solução.

segunda-feira, 17 de junho de 2019

Pela Positiva - propósito

Texto escrito 
em  17 de junho de 2005 


Pela Positiva é um projecto pessoal que nasceu com optimismo e cheio de boas intenções. É um projecto que aposta num mundo muito melhor, onde cada um tem a obrigação de contribuir, de acordo com as suas capacidades e disponibilidades, mas também em sintonia com valores nobres, para que todos os que nos cercam se sintam mais felizes. 
Certo de que nas nossas mãos e na nossa criatividade estão os alicerces de uma sociedade mais justa e mais fraterna, ficar indiferente aos desafios das novas tecnologias, que nos ajudam a viver na aldeia global em que se tornou o universo, será um sacrilégio de lesa-razão e de lesa-consciência, que eu não quero experimentar. 
Aqui estou, pois, neste espaço que a inteligência inquieta de homens e mulheres nos legou, para me sintonizar com o tempo e para conversar, sempre pela positiva, com todos quantos comungarem dos mesmos ideais e com os que têm projectos de vida diferentes, porque a verdade e o futuro enriquecem-se com o diálogo e com a diversidade. 
Assim, desejo abrir a todos as portas do meu blogue, na esperança de que, de mãos dadas, chegaremos muito mais longe e muito mais alto.

Fernando Martins

Ares da Primavera fugidios


Não gostei da primavera deste ano. É certo que senti as suas marcas nas flores dos canteiros e das árvores do  quintal. E delas, até já brotaram os frutos que no verão saberemos apreciar. Não gostei da primavera pelo frio que senti e pelo vento que tantas vezes  me incomodou. Hoje, até choveu por estas bandas. Ouvi na cobertura do sótão o cantar de uns pingos mais pesados que me lembraram, porventura, as mudanças climáticas que se têm operado no nosso mundo. Ou talvez não... Afinal, sempre houve chuva nas primaveras. 
Não faltará quem garanta o fim das estações do ano. Ou serei eu que estou em maré de viragem? Todos estamos, eu sei. 
O verão já vem a caminho e Deus queira que não nos desiluda... Sol quanto baste, calor que nos permita andar mais leves, odores dos frutos da terra que nos animam, alegria à nossa volta, bondade a rodos e paz entre todos. E o mar e a ria aí estão para nos acalentar... em momentos de canícula. 

F.M.

Luís Gomes de Carvalho faleceu nesta data

Efeméride 
1826 
17 de junho 

Boca da Barra

«Faleceu em Leiria o Engenheiro Luís Gomes de Carvalho que, tendo nascido em 15 de Abril de 1771 na Atalaia—Vila Nova da Barquinha—foi engenheiro da barra e do Porto de Aveiro, que lhe ficaram a dever relevantíssimos serviços. (Arquivo, XIII, pág. 28)» 


“Calendário Histórico de Aveiro” 
de António Christo e João Gonçalves Gaspar

Nota: Ler a carta que Luís Gomes de Carvalho enviou ao futuro rei D. João VI, a propósito da abertura da Barra de Aveiro

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